O Governo de Goiás e a Universidade Federal de Goiás (UFG) assinaram convênio na quinta-feira (19) para implementar um modelo de mapeamento genético de mulheres acometidas com câncer de mama. Assim, o estado será o primeiro do país a disponibilizar pelo SUS um exame preventivo para as demais familiares saberem se terão câncer de mama e ovário no futuro.

Reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima celebrou a parceria entre as instituições. Além disso, ela destacou a importância do exame chegar ao Sistema Único de Saúde (SUS).

“O nosso Centro de Genética Humana vai poder aplicar todo o seu conhecimento e usar os equipamentos que existem em genética humana para fazer a linhagem, na verdade, um painel genético de pacientes com câncer de mama, a identificação, e mais importante ainda, o rastreamento familiar. Então, o convênio permite então que o atendimento seja escalado pelo SUS e isso que é o grande passo que está sendo dado aqui”, afirmou.

A parceria entre o governo e a UFG faz parte das ações do projeto Goiás Todo Rosa, realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). O governador Ronaldo Caiado também celebrou a parceria e aproveitou o anúncio para enaltecer a produção científica da UFG. “Isto que a UFG traz a nós é a academia que se debruça em estudo para buscar melhoria da qualidade do diagnóstico, da antecipação dos problemas”, disse.

Como funciona

O exame genético será um tratamento profilático para que a doença não se desenvolva. Pois segundo Lima, o câncer de mama é um tipo de câncer genético herdado. Assim, as mulheres com alterações mamárias suspeitas terão acesso gratuito ao teste de sequenciamento genético de forma gratuita através de uma amostra de sangue simples.

O governo informou que o exame genético analisa todas as bases presentes nos genes BRCA 1 e 2, o que permite a identificação de mutações que podem causar câncer de mama e ovário. Então, a análise ocorre a partir da amostra simples de sangue ou do DNA extraído da peça tumoral. Portanto, com o diagnóstico preventivo, as mulheres poderão rastrear o câncer e ter maiores chances de cura e mais qualidade de vida.

Capacitação dos profissionais

Sérgio Vêncio, secretário da Saúde de Goiás, afirmou que os profissionais devem ser capacitados, mas a previsão é que os exames comecem ainda este ano. As amostras irão para o Centro de Genética Humana do Instituto de Ciências Biológicas da UFG. O laboratório já tem estrutura e recursos técnicos adequados para a análise. 

“A universidade vai capacitar médicos e enfermeiros para estes atendimentos precoces nas nossas policlínicas que vão aos poucos mudando o perfil para se transformar em centros de diagnósticos de câncer com uma opção guiada pelo ultrassom e também pela telepatologia”, afirmou Vêncio.

De acordo com o governo estadual, pelo menos 1.993 mulheres perderam a vida para o câncer de mama em Goiás, de 2020 a 2023.

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