O desafio do Estado de Goiás e das prefeituras goianas neste momento, em relação ao enfrentamento à pandemia de Covid-19, é conseguir alcançar a taxa de vacinação ideal para crianças de 5 a 11 anos. A maioria dos municípios goianos iniciou a vacinação infantil em 17 de janeiro, mas até agora foram imunizadas cerca de 2,5% do público-alvo. Ao todo, vivem no Estado de Goiás 726 mil crianças entre 5 e 11 anos. Até a noite de segunda-feira (31) foram vacinadas 18.722 crianças.

“Nos preocupa muito porque essa baixa cobertura agora pode significar, no futuro, um aumento de casos [de infecção] em casos graves e óbitos nessa faixa etária”, afirmou a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorin, em entrevista à Sagres nesta terça-feira (1º).

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Conforme a superintendente, quando um grupo de pessoas é vacinado, a tendência é que o vírus atinja outro grupo. Isso quer dizer que se a maioria dos adultos está imunizada, a Covid-19 passa a infectar mais as crianças. “Por isso que estamos trabalhando com os municípios sobre o que fazer, como um Dia D estadual para que todas as cidades se mobilizem, e o Estado também, para melhorar essa cobertura”, explicou.

Resistência

Ainda segundo Flúvia Amorin, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) recebeu inúmeros relatos sobre pais que não querem vacinar os filhos. “A gente fez um trabalho com o Ministério Público em dezembro do ano passado, onde vários líderes religiosos devem informar aos fiéis e todas as pessoas da religião sobre a importância da vacinação”, afirmou.

No entanto, as informações falsas divulgadas, principalmente pela internet, continuam atrapalhando o trabalho de imunização. “1/4 dessas fake news são coisas absurdas, coisas que a gente não vê em outros estados. Tem estados que já vacinaram 20% da população infantil”, reforçou a superintendente.

A expectativa do Estado é intensificar a campanha de vacinação com líderes religiosos, líderes comunitários, os mais variados profissionais da área da Saúde para “mudar a realidade do Estado de Goiás urgentemente”, pontuou Flúvia.

Vacinação de adultos

Sobre a imunização de adultos, Flúvia ressaltou que ainda faltam vacinar aquelas pessoas que optaram por não tomar a dose contra Covid-19. “Infelizmente as informações que a gente tem, e pegando as informações dos municípios, é que dificilmente esses que não se vacinaram vão se vacinar. São pessoas que não querem se vacinar, apesar de terem sido procuradas e orientadas pelos municípios. A gente tem um grupo que acaba se expondo mais ao risco por uma escolha própria dela”, destacou.

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