(Foto: Pedro Labaig)

A Polícia Federal vai investigar uma série de queimadas registradas no Estado do Pará. A informação foi confirmada neste domingo pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Na noite deste domingo (25), o presidente Jair Bolsonaro assinou um despacho determinando à Polícia Federal a investigação sobre a “possível existência de ação premeditada de criminosos nos incêndios e queimadas ocorridos na área da Floresta Nacional de Altamira desde o dia 10 de agosto de 2019”.

O dia 10 de agosto teria ocorrido no sul do Pará e foi chamado Dia do Fogo, uma ação orquestrada por fazendeiros, grileiros e madeireiros que incendiaram as margens da BR-163. O Pará lidera o número de queimadas registradas em agosto em todo o país, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Também em uma conta em rede social o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, informou que o presidente “determinou abertura de investigação rigorosa para apurar e punir os responsáveis pelos os fatos narrados”, se referindo a uma reportagem do Globo Rural. De acordo com a reportagem o grupo usou WhatsApp para convocar o dia de queimada.

A polícia investiga ação de incendiários e se ao menos 70 pessoas participaram de grupo de mensagens. No dia 10 de agosto, número de focos de incêndios cresceu repentinamente na Amazônia. “A Polícia Federal vai, com sua expertise, apurar o fato. Incêndios criminosos na Amazônia serão severamente punidos”, disse o ministro de Justiça, Sérgio Moro também em rede social.

O cineasta Pedro Labaig viajou cerca de 4 mil km entre Rondônia, Amazonas, Pará e Mato Grosso no início deste mês. Entre os dias 12 e 13 de agosto, ele passou pela BR 163, apenas dois dias depois do chamado Dia do Fogo. O que ele testemunhou foram imagens de destruição total. A travessia do Rio Sucunduri ocorreu sob uma espessa nuvem de fumaça. A mesma coisa ocorreu na Transamazônica.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou em uma rede social neste domingo (26) que o governo de Israel vai ajudar o Brasil no combate a queimadas na Amazônia. Bolsonaro publicou a informação após uma reunião no Palácio da Alvorada com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL). As queimadas na Amazônia têm repercutido internacionalmente desde a semana passada. Na última sexta, Bolsonaro autorizou o envio de tropas das Forças Armadas a estados da região para combater o fogo. Em uma entrevista neste sábado (24), o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, disse que “qualquer ajuda é bem-vinda” ao comentar o possível apoio de outros países no combate às queimadas.

pedro labaig 5(Foto: Pedro Labaig)

O Ministério da Economia aprovou, a liberação de R$ 38,5 milhões para o combate de queimadas na região da Amazônia. O descontingenciamento, segundo a pasta, atende a pedido feito na sexta-feira (23) pelo Ministério da Defesa e será imediato. Em nota, o ministério diz que “está acompanhando a evolução do tema e tomará as providências necessárias, em conjunto com a Defesa, para atender plenamente o comando presidencial”, citando o decreto de Bolsonaro que autorizou uso das Forças Armadas no combate aos incêndios.

Mais cedo, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, havia dito que esperava um desbloqueio de 28 milhões de reais. O dinheiro foi reservado para ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), como é o caso do combate ao fogo na Amazônia.

O presidente Bolsonaro decidiu convocar cadeia nacional de rádio e televisão, na noite desta sexta-feira (23), para anunciar medidas do governo federal para conter incêndios na Floresta Amazônica, depois de repercussão negativa da posição do governo brasileiro em relação à devastação da floresta. 

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