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O governador Ronaldo Caiado (DEM) informou ao jornal Valor Econômico nesta terça-feira (11) que adiou por tempo indeterminado a venda das ações da Saneago. Segundo o Caiado, o motivo do adiamento seria um boicote da Secretaria Especial de Privatizações do Ministério da Economia, comandada pelo empresário Salim Mattar, que prejudicaria a oferta das ações, conhecida pela sigla IPO.

A autorização para o Estado vender até 49% das ações da estatal foi aprovada pela Assembleia Legislativa em 7 de novembro em meio a uma campanha do governo contra a privatização da Celg e a qualidade dos serviços prestados pela Enel Goiás. O projeto provocou muita polêmica na Casa entre governistas e oposicionistas e protestos dos servidores da empresa.

De acordo com as declarações do governador ao Valor Econômico, Mattar estaria passando ao mercado sinais negativos em relação à Saneago. Caiado disse que o secretário Mattar reclamou da forma como o governador vinha criticando a privatização da Celg, alegando que isso poderia manchar a agenda de privatizações. O governador, porém, defendeu um controle mais rigoroso sobre as empresas privadas que assumem os serviços públicos.

“Tinha a vaca sagrada das estatais e agora querem construir a vaca sagrada das privatizações?”, indagou Caiado ao jornal. Segundo ele, a oferta das ações ficará suspensa até que não haja mais a ação da secretaria para desqualificar o IPO da Saneago. A venda de estatais é uma das exigências da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) para o Estado aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

Entretanto, o governador acredita que a suspensão desse IPO não será prejudicial ao pleito de Goiás para aderir ao RRF. Questionado se o Estado tem um plano B para a hipótese de não ser aceito no programa o governador reagiu: “Se eu não tenho a liminar [do STF que suspende o pagamento do serviço das dívidas e vence em 6/4] e nem o RRF, não há plano B. O plano B é fechar [Goiás] para liquidação”.

Caiado passa o dia hoje em Brasília. Ele reúne-se pela manhã no 8º Fórum dos Governadores, para discutir a proposta do presidente Jair Bolsonaro de zerar os impostos sobre combustíveis, depois vai à posse do novo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e à tarde participa de reunião dos governadores com o ministro do STF, Dias Toffoli.