Neste mês da março, em que destacamos histórias femininas pelo Dia Internacional da Mulher, dia 8, a história de Adria Jesus, atleta do voleibol sentado, inspira força e resiliência. Com duas medalhas paralímpicas e uma trajetória de superação, ela é um exemplo de como o esporte pode transformar vidas.

Adria iniciou sua jornada no voleibol sentado há 20 anos e participou de quatro edições dos Jogos Paralímpicos, conquistando duas medalhas: bronze no Rio 2016 e em Tóquio 2020. “Medalhista no Rio, foi a primeira medalha. É a primeira medalha do esporte coletivo feminino, então é uma medalha que vai ficar para a história”, relembra.

A vida da atleta mudou drasticamente aos 16 anos, quando sofreu um acidente e precisou passar por uma amputação. “Para mim, foi tudo muito novo. Eu não sabia o que era uma pessoa com deficiência. A primeira coisa que perguntei foi: eu vou poder ser mãe?”

O processo de aceitação foi longo e repleto de desafios, principalmente pelo preconceito. “Eu era muito apontada. Diziam: ‘nossa, coitada, tão nova e tão bonita’. Como se uma mulher bonita não pudesse ser uma pessoa com deficiência.”

A reviravolta veio quando conheceu o voleibol sentado, após se associar à Adfego (Associação dos Deficientes Físicos do Estado de Goiás). “Nunca me importei com esporte, fazia por obrigação. Mas, ao conhecer a modalidade, minha vida mudou. Era um desafio grande, pois nunca tinha sido atleta, mas treinei mais do que as outras para compensar minha falta de experiência.”

A confiança adquirida no esporte transformou também sua autoimagem. “Usava roupas para esconder a prótese, tinha vergonha dos olhares. Mas ao ver outras atletas usando bermuda, sem medo de mostrar cicatrizes, percebi que não precisava mais me esconder. O esporte me ajudou a me aceitar.”

Hoje, com 20 anos de carreira e número 4 da seleção, Adria quer deixar um legado. “Alguém vai vestir essa camisa e encontrar um caminho mais fácil do que o meu. Meu conselho para as mulheres é: não desistam, lutem, persistam e acreditem. Algo de melhor sempre pode acontecer.”

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 05 – Igualdade de Gênero

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