Imagine moradias construídas com blocos feitos a partir de algas marinhas. Isso mesmo. A ideia é do jardineiro mexicano Omar de Jesús Vazquez, fundador da Sargablock. A pequena empresa transforma o sargaço em blocos de construção.
Sargaço são algas que se acumulam nas praias em determinadas épocas do ano. Depois de um tempo, porém, provocam odor desagradável devido à liberação de toxinas.
Tudo começou em 2015, quando Omar lançou um serviço de limpeza de praias para remover as algas, como parte de seu negócio de jardinagem. No entanto, por causa do grande volume de sargaço que se acumulava na praia, ele começou a pensar em uma nova destinação para o material.
Blocos de sargaço
Três anos depois, entretanto, o jardineiro passou a construir moradias com blocos feitos de algas. Omar mistura 40% de sargaço com outros materiais orgânicos, como argila. Depois, coloca em uma máquina de moldar blocos de cimento. Desse modo, nasceu a Sargablock.
Os blocos, contudo, ficam expostos ao sol por vários dias. Todavia, só depois ficam prontos para o uso. Omar diz que usou 3 mil toneladas de sargaço em 2021 e outras 2 mil toneladas em 2022. Em 2023, porém, até o final de abril, ele já havia usado 700 toneladas.
Conforme especialistas que analisaram o material pronto, as casas feitas com os blocos de sargaço têm durabilidade de 120 anos. Além disso, os escritórios de ecologia e meio ambiente de Quintana Roo avaliaram o Sargablock e concluíram que os blocos são seguros para uso na construção.
Problema ambiental
O trabalho de Omar Vazquez ajudou a resolver um problema visível nas praias da Riviera Maya. O governo do estado de Quintana Roo, onde fica o destino turístico, afirma que 19 mil toneladas de sargaço foram coletadas das praias em 2020, 44 mil toneladas em 2021 e 54 mil no ano passado.
Ademais, pesquisadores dizem que a quantidade pode dobrar em 2023, quando as algas começaram a chegar meses antes do que normalmente é o início da “temporada” do sargaço, em maio.
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