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A Polícia Federal fez buscas e apreensões em endereços do ex-governador Marconi Perillo, candidato a senador pelo PSDB, na manhã desta sexta-feira (28) e prendeu Jayme Ricón, presidente licenciado da Agetop e coordenador geral das campanhas do governador José Éliton, e de Marconi.

Além de Rincón, foram presas mais quatro pessoas, o filho dele, Rodrigo Godoi Rincon, o policial militar Márcio Garcia de Moura, o ex-policial militar e advogado Pablo Rogério de Oliveira e o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior. As ações fazem parte da Operação Cash Delivery, sob a supervisão do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal (MPF) em Goiás, e deflagrada pela Superintendência de Polícia Federal em Goiás (PF/GO).

A PF cumpriu cinco mandados de prisão temporária e 14 mandados de busca e apreensão expedidos pela 11a Vara Federal da Seção Judiciária de Goiás, em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Pirenópolis, Aruanã, Campinas (SP) e São Paulo (SP).

Em comunicado divulgado à imprensa, o MPF informou que o objetivo é colher provas da prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa atribuída a Marconi Perillo em colaborações premiadas de executivos da Odebrecht. São investigados os destinos de aproximadamente R$12 milhões.

Os presos foram encaminhados para a sede da Polícia Federal, na Avenida Pinheiro de Abreu, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia, para prestarem depoimentos. O advogado Antônio Carlos de Almeida, conhecido como Kakay, divulgou uma nota da defesa na sede da PF.

“A busca e apreensão na residência do ex-governador a nove dias da eleição assume um caráter claramente eleitoreiro e demonstra um abuso por parte do Ministério Público e do Poder Judiciário. É, sem dúvida, uma clara interferência, indevida e perigosa, contra a estabilidade democrática”, diz a nota (veja aqui a íntegra).

As investigações

Segundo o MPF, a Operação Cash Delivery é um desdobramento das investigações da Operação Lava Jato e decorre de acordos de leniência e colaboração premiada firmados pelo MPF com a Construtora Norberto Odebrecht e seus executivos. Quando ainda era senador e, depois, também como governador, Marconi Perillo teria solicitado e recebido propina no valor de, em 2010, R$2 milhões e, em 2014, R$10 milhões, em troca de favorecer interesses da empreiteira relacionados a contratos e obras no Estado de Goiás.