No dia 27 de julho é celebrado o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. A Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), que vem há 50 anos buscando o melhor para a prevenção e tratamento da doença, promove durante todo o mês de julho atividades de conscientização e informação no combate a este tipo de câncer.
Em entrevista ao programa Tom Maior da SagresTV, o cirurgião do Setor de Cabeça e Pescoço do Hospital de Câncer Araújo Jorge, Teylor Gerhardt, explica quais são os sinais e os tipos de sintomas dessa doença.
“São vários tumores na região da cabeça e pescoço. Os sintomas são os mais variados, mas os principais afetam a voz. O paciente na maioria das vezes tem algum sintoma vocal, como disfonia. É comum também ter dor de ouvido. A presença de nódulos no pescoço, que a gente chama de linfonodos, o famoso caroço no pescoço, é um sintoma bastante comum”, afirma o cirurgião.
Entretanto, a boca também está exposta a essa doença, que pode afetar principalmente os jovens. “Quando se fala em boca, um dos principais tumores, são aquelas feridas, aftas que não cicatrizam em 15 a 20 dias, isso precisa ser avaliado”, relata, e complementa com os perigos do tabaco e narguilé.
“A população brasileira comparada mundialmente, tem uma certa liderança, porque os hábitos com o tabagismo e, outra coisa muito comum, o uso do narguilé, muito frequente na juventude, predispõe ao câncer de boca. Sexo oral não protegido, também predispõe ao câncer.”
A infecção pelo papilomavírus (HPV) tem contribuído, nos últimos anos, com o aumento na incidência desta doença, segundo a SBCCP. “A infecção pelo HPV é um importante fator de desenvolvimento do câncer de faringe. Uma das formas de contágio por essa infecção é por meio da prática do sexo oral e em pessoas com múltiplos parceiros sexuais”, explica o cirurgião de cabeça e pescoço.
São cerca de 41 mil novos casos anualmente, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Trabalhos brasileiros demonstram que cerca de 7% da população pode ter infecção pelo HPV detectada na boca. Teylor Gerhardt acredita que 700 pacientes apresentem a doença só nesse ano em Goiás.
Em prol dessa ação, para evitar que os números cresçam, a proposta é utilizar a cor verde e a hashtag #julhoverde para disseminar a informação sobre o tema e atingir o maior número possível de pessoas, com ações na internet, redes sociais e nas ruas.
Assista à entrevista na íntegra no Tom Maior #48
