O bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira foi condenado nesta na última sexta-feira (10) pelo juiz substituto Rafael Ângelo Slomp, da 11ª Vara da Justiça Federal de Goiânia, a seis anos e três meses de prisão em regime semiaberto pelo crime de contrabando. A decisão foi divulgada somente nesta quinta-feira (16).

A denúncia contra Cachoeira, que se deu durante a Operação Monte Carlo, foi apresentada em 2012, quando o bicheiro ficou preso por nove meses acusado de comandar um esquema de exploração de máquinas caça-níqueis. Os equipamentos era compostos por partes contrabandeadas.

Além do bicheiro, outras 15 pessoas foram condenadas com prestação de serviços, pagamento de indenizações e perda de bens para a União. Cachoeira já perdeu três imóveis em Goiânia em Anápolis, e foi condenado a mais de 39 anos de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha.

Como a decisão foi tomada em primeira instância, não começa a ser cumprida de imediato. Os acusados ainda podem recorrer da condenação. O juiz aponta que as provas não deixam dúvidas da procedência estrangeira das mercadorias apreendidas, utilizadas nas máquinas.

Lenine Araújo, Geovani Pereira, apontados como braços operacionais fiscalizadores da associação criminosa, bem como José Olímpio de Queiroga, que atuava no entorno do Distrito Federal, também foram condenados a cinco anos e cinco meses de reclusão cada.

Carlinhos Cachoeira tornou-se conhecido durante investigação de esquema de corrupção ainda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando o então subchefe de gabinete da Casa Civil, Waldomiro Diniz, apareceu em uma gravação pedindo propina ao bicheiro.

As investigações da Monte Carlos apontaram ainda que o bicheiro atuava em favor da construtora Delta, em contratos de governos diferentes. O escândalo levou à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que resultou na cassação do mandato do Senador da República, Demóstenes Torres (DEM-GO).