Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

A 2ª  Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás trancou ação penal na Comarca de Abadiânia proposta pelo Ministério Público Estadual (MP-GO) contra a ex-assessora de imprensa de João Teixeira de Faria, o médium João Deus, Edna Gomes.

A jornalista foi acusada pelo MP de ter cometido falsidade ideológica. Segundo a denúncia, ela teria integrado uma rede de proteção e participado da confecção de documento, registrado em cartório, no qual uma mulher afirmava que o líder religioso é uma pessoa idônea.  

O advogado Thiago Santos Agelune, do escritório Demóstenes Torres Advogados Associados, atuou na defesa de Edna Gomes. De acordo com o jurista, a jornalista “sofreu constrangimento ilegal, atípica a conduta, ausente justa causa”.

O relator, desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, entendeu que “o documento não possui potencialidade lesiva, já que a prova deve ser colhida na agularização do contraditório e da defesa plena, para assumir os contornos de elemento de convicção e produzir resultado juridicamente relevante”. A corte seguiu o voto.

João de Deus está preso desde dezembro de 2018 acusado de abuso sexual contra mulheres que frequentavam a Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. Já foram proferidas três sentenças de um total de 13 ações penais. São 50 vítimas no total. Já foram julgados os casos de 9 vítimas. O total das penas aplicadas nos 3 processos é de 63 anos e 4 meses. Eram 13 ações penais, faltam 10, mas podem vir outras denúncias.

O MP-GO inaugurou uma nova fase nas investigações envolvendo João de Deus. Isso aconteceu com o oferecimento, no dia 26 de dezembro de 2019, da 12ª denúncia contra o médium por crimes sexuais praticados contra duas vítimas. Dessa vez, além dele, também foram denunciados dois guias que realizavam o transporte de fiéis do Rio Grande do Sul para Abadiânia e possuíam livre trânsito no centro espírita.