Um ônibus organizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) deu ainda mais cores à sétima edição da Marcha das Margaridas. O movimento ocorreu nos dias 15 e 16 de agosto em Brasília. A caravana teve a coordenação das professoras Luciene Dias e Gabriela Marques, da Faculdade de Informação e Comunicação, e contou com a presença de 36 pessoas, a maioria estudantes de Jornalismo.

Nas ruas da capital federal, a força e o companheirismo femininos se materializaram com a presença de outras cerca de 100 mil mulheres. A multidão, porém, veio de diversas regiões do país para a marcha. O evento, que ocorre a cada quatro anos na Esplanada dos Ministérios, em 2023 teve como lema “Pela Reconstrução do Brasil e Pelo Bem Viver”.

Na marcha, a multidão de margaridas pintou de roxo, a cor oficial do evento, as ruas da capital federal. Mulheres brancas, negras, indígenas. Além disso, mulheres jovens, idosas, meninas. Mulheres acompanhadas de amigas, de filhas, de mães, avós, tias, tias-avós, sozinhas, companheiras de luta. Mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades.

Com a presença de líderes sindicalistas, mulheres e pessoas LGBTs, trabalhadoras das mais diversas áreas, tanto como parte de movimentos organizados quanto margaridas autônomas, mulheres da mesma comunidade, tratadas como uma única família, a Marcha das Margaridas é exemplo e inspiração de união, diversidade e organização.

Algumas reivindicações feitas durante a marcha no sentido de garantir os direitos dessas mulheres. Entre elas demarcação territorial, reconhecimento, valorização e fortalecimento da agricultura familiar e dos territórios como espaço de vida. Ademais, a autonomia dos povos indígenas e das comunidades tradicionais, e o fim das desigualdades de gênero, classe e étnico-raciais.

Marcha das Margaridas

Nesse sentido, apesar da diversidade presente no ato, da eventual presença masculina, e das reivindicações feitas em defesa de todas as mulheres, a Marcha das Margaridas é, em sua origem, uma manifestação de mulheres trabalhadoras rurais, em prol dos direitos sociais e contra a violência imposta às mulheres do campo e da floresta. 

Organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (Contag), a ação presta homenagem à trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves, assassinada em 12 de agosto de 1983 por defender os direitos dos trabalhadores rurais da Paraíba.

Dessa forma, a Marcha demonstra a importância, a extensão e a força do trabalho do campo organizado por mulheres, contrariando a ideia de que o protagonismo nesse âmbito seja estritamente masculino. De mãe Terra para mães mulheres, elas se entendem e se juntam para cuidar de seus filhos.

Progenitoras e provedoras, as mulheres do campo se consolidam como figuras fundamentais para a construção e a manutenção de um país mais equilibrado e florido, com menos desigualdades, menos fome e menos injustiças.

Com informações do Jornal da UFG

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) ODS 05 – Igualdade de Gênero

Leia mais

Especialistas avaliam avanços e discutem demandas do futebol feminino no Brasil

Barroso profere quarto voto contrário a marco temporal de terras indígenas

Indígenas acampam em Brasília para acompanhar votação do marco temporal no STF