Um espaço para armazenamento e distribuição de água no início da cidade se converteu em um templo da cultura goiana. A estrutura do Centro Cultural Martim Cererê fazia parte de um antigo complexo de reservatórios de água da Saneago que abastecia o setor Sul de Goiânia.
O nome do Centro Cultural Martim Cererê foi inspirado numa peça homônima de Cassiano Ricardo, do autor modernista brasileiro Cassiano Ricardo. O espaço cultural foi inaugurado em 20 de outubro de 1988.
Antes de ser fonte da cultura, o Martim Cererê integrava o Sistema Paineiras. Era o primeiro sistema de abastecimento de água de Goiânia, recebendo águas do Córrego Areião. No local, havia um filtro de areia que era utilizado para o tratamento e distribuição de água para Goiânia.
Os antigos reservatórios do Sistema Paineiras possuíam capacidade para guardar um volume de 1.015 metros cúbicos, cada um. Ambos tinham 4 metros de altura útil e 18 metros de diâmetro.
Cultura
As estruturas que abrigavam água são atualmente os teatros Yguá (“lugar de guardar água” em Xavante); e Pyguá (caverna de água). Sendo que o primeiro tem capacidade para cerca de 200 espectadores e o segundo 300 pessoas.
No Yguá, as poltronas são fixas, e no Pyguá, as cadeiras são móveis. Já no local em que funcionava o grande filtro de areia, foi edificado um teatro de arena, o Ytakuá (buraco na pedra), com arquibancadas e espaço para 500 pessoas.
O Centro Cultural Martim Cererê também conta com o bar Karuhá. Na língua indígena, o nome significa lugar de comer. Por ser um espaço menor, ele é destinado a apresentações culturais, reuniões, encontros, palestras, lançamento de obras literárias, etc.
Transformação
A proposta de transformação do antigo reservatório em espaço de cultura aconteceu no período em que Kléber Adorno era Secretário Estadual de Cultura e o governador era Henrique Santillo.
A sugestão para utilização do espaço que estava subutilizado, pra não dizer abandonado, foi levada pelo diretor de teatro Hugo Zorzetti.
Kleber Adorno, designou Carlos Brandão, que era superintendente de ação cultural para olhar “umas caixas d’água que não estavam sendo utilizadas e para verificar a possibilidade de transformação do local. A apresentação do projeto foi feita por Gustavo Veiga.
O diretor teatral Marcos Fayad procurava a época um lugar para começar seus ensaios e de acordo com o mesmo deveria ser um espaço “sólido”. Foi ali que começou o Grupo de Teatro Martim Cererê e também a Biblioteca Martim Cererê, devido ao nome da peça que Fayad organizava na época.
Naquele período Goiânia ainda sofria com as marcas deixadas pelo acidente do Césio 137, que aconteceu em setembro de 1987, um ano e um mês antes da inauguração do Martim Cererê.
Atividades
O Martim Cererê foi e ainda é palco de diversos festivais de música alternativa de Goiânia, como o Bananada e o Vaca Amarela, que tiveram suas primeiras edições no espaço, além do Goiânia Noise.
O Centro Cultural Martim Cererê já conviveu com fechamentos e aberturas. A última reinauguração aconteceu em maio de 2023.
Foi implantado um novo sistema de combate a incêndio e descargas elétricas, além da impermeabilização e pintura dos teatros Yguá e Pyguá, bem como das demais áreas. Também foi feita a instalação e manutenção de aparelhos de ar condicionado, entre outros reparos.
Para Agendamentos de eventos e espetáculos os interessados devem ligar para (62) 3201-4691 ou mande e-mail para [email protected].
Goiânia 90 Lugares
Goiânia faz 90 anos em 24 de outubro. Por isso, o Sistema Sagres de Comunicação, com apoio da Prefeitura de Goiânia elaborou um guia de 90 locais a serem conhecidos por você que é goianiense, que mora na capital ou que está de passagem por aqui. Esta é a campanha “Goiânia 90 Lugares”.
A produção inclui 90 reportagens em texto e fotos de lugares marcantes da cidade, 30 vídeos, um mapa e uma página especial. A campanha conta ainda com entrevistas especiais sobre a construção, estrutura e futuro da nossa capital.
As ações tem coordenação de Rubens Salomão, com pesquisa e textos de Samuel Straioto, Arthur Barcelos e Rubens Salomão. Imagens e edição de Lucas Xavier, além das reportagens em vídeo de Ananda Leonel, João Vitor Simões, Rubens Salomão e Wendell Pasqueto. A coordenação do digital é de Gabriel Hamon. Coordenação de projetos é de Laila Melo.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade; ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis
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