“Este é um momento único e especial, estamos unidos com diversos povos indígenas e parceiros das universidades e instituições para construir uma universidade que representa o sonho de todos os povos indígenas do Brasil.” O impacto significativo do Seminário Regional de Escuta para a Criação e Implementação da Universidade Indígena foi destacado por Nivaldo Tapirapé, líder da comunidade Tapirapé e coordenador pedagógico da Escola Indígena Estadual Tapi’itãwa.
O evento, realizado na quinta-feira (29) no auditório da Faculdade de Letras (FL) da Universidade Federal de Goiás (UFG), reuniu diversos participantes para discutir a criação da Universidade Indígena no Brasil, uma reivindicação central do movimento indígena nacional.
Durante a solenidade, a reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, reafirmou o compromisso da universidade em promover a formação profissional dos povos indígenas e em desenvolver uma pedagogia que valorize a troca de conhecimentos e melhore a qualidade de vida dessas populações. Ela também ressaltou as iniciativas da UFG para fortalecer a educação indígena, como a criação de redes educacionais voltadas para a justiça social e a superação das desigualdades.
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Entre os anúncios realizados, destacou-se a nomeação de Pedro Wilson Guimarães, sociólogo e ex-superintendente do Iphan, para atuar como pesquisador sênior no Museu Antropológico da UFG, onde será implementado um observatório dos povos indígenas de Goiás.
Além disso, foram firmados convênios para a inclusão de estudantes indígenas nos processos de internacionalização da UFG, beneficiando principalmente os integrantes do curso de licenciatura em Intercultural do Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena (NTFSI) e os alunos ingressos pelo programa UFG Inclui.
A UFG, que já conta com mais de 400 estudantes indígenas, também priorizou, no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) voltado às universidades federais, a construção de uma aldeia intercultural. Esse espaço, dedicado a apoiar a permanência dos estudantes indígenas, contará com auditório e infraestrutura adequada para potencializar sua formação acadêmica.
Lideranças
A mesa diretiva foi formada por lideranças indígenas e convidado do Ministério da Educação (MEC), Universidade Federal de Catalão (UFCat) e da Universidade de Brasília (UnB). Destacam-se na composição: a professora do Instituto de Letras da UnB e coordenadora-geral de Articulação de Políticas Educacionais Indígenas, no Departamento de Línguas e Memórias Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas, Altaci Kokama; a diretora-geral do Câmpus Amajari do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR), Pierlangela Cunha; a professora ligada à Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc/MT) e membro do Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso (CEE/MT), Chikinha Paresí; o chefe da Coordenação Técnica Local da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em Goiânia, Francisco Otávio Reis Oliveira; a gerente da Educação do Campo, Quilombola e Indígena da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc/GO), Valéria Cavalcante da Silva Souza; os caciques Renan Wassuri, Tohokai Karajá e Nivaldo Tapirapé; o professor intérprete da língua indígena Almir Amorim; e a professora do Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena (NTFSI), Mônica Veloso Borges.
Os debates do seminário reforçaram a relevância de viabilizar a criação da universidade indígena, com a professora Mônica Veloso sublinhando a necessidade de uma instituição que atenda às especificidades dos povos indígenas e o papel fundamental dos educadores. Já Almir Amorim destacou a importância da diversidade cultural e a valorização das diferentes culturas presentes no evento.
O clima do seminário foi marcado por um profundo respeito à realização do sonho da universidade indígena, com um chamado à colaboração entre todos os envolvidos para construir uma instituição que atenda às demandas dos povos indígenas. O respeito aos princípios da Educação Indígena e a união dentro da universidade foram apontados como elementos essenciais para o sucesso dessa iniciativa.
O seminário foi realizado pelo Ministério da Educação (MEC) – por meio da Secretaria de Educação Superior (Sesu) e a Diretoria de Políticas de Educação Escolar Indígena (Dipeei), da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) – em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Núcleo Takinahaky de Formação Superior Indígena (NTFSI) da Faculdade de Letras (FL) da UFG.
*Com informações do Jornal da UFG
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade; ODS 10 – Redução das Desigualdades
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