Após superar a leucemia, a médica Marina Tayla Mesquita Aguiar vai lançar na próxima quarta-feira (11), o livro biográfico Menina dos olhos – como Marina enfrentou a morte e abraçou a vida, onde conta como enfrentou a doença e transformou a dor em propósito de vida.

Confira a entrevista completa a partir de 00:03:20

Segundo Marina, a ideia do livro existia desde os primeiros momentos que iniciou o tratamento. “A ideia foi da minha avó materna. Assim que eu descobri a leucemia foi até um episódio engraçado que eu conto no livro, ela chegou na internação do hospital com um diário pra mim que tem até foto dentro desse diário. E ela disse assim: esse diário aqui é pra você contar todos os dias o que você está se sentindo porque no final disso tudo quando você se curar você vai escrever um livro”, relatou.

Marina relata que o diário tem algumas anotações do que sentia na época e que a publicação não saiu quando já cursava Medicina por não se sentir apta a escrever um livro. Segundo a médica, a possibilidade surgiu a partir de duas jornalistas que escrevem biografias sobre histórias de superação e que ela conheceu na igreja que frequenta.

“Elas fazem de uma maneira muito legal que é entrar dentro da sua história e escrever detalhadamente o que você está sentindo. É muito real o que elas escrevem, não é uma pessoa de fora olhando. Elas fazem entrevistas com várias pessoas da família que viveram tudo, através disso com o que eu falo e o que eu quero que escreva também, elas escrevem”, explicou.

Marina explica que o processo de produção do livro foi longo e que ela participou ativamente da escrita. “Nós chegamos a um livro onde eu li tudo, revisei, reescrevi algumas coisas, fizemos várias reuniões. É um processo longo, esse livro demorou três anos para ser escrito e através desse projeto com elas, a gente chegou ao projeto que foi a realização do livro, que está lindo”.  

Transformando a dor em propósito de vida

A médica que havia acabado de passar para um curso de Odontologia quando descobriu a doença aos 18 anos, decidiu fazer Medicina no meio do tratamento, depois de passar oito meses internada e mais dois anos visitando o hospital com frequência.

“Você vive muito aquilo e eu comecei a sentir até mesmo curiosidade sobre a minha doença, querer estudar sobre a minha doença, e querer também ser uma médica mais empática, uma médica mais humana”, disse.

Marina afirmou que o tratamento é muito intenso e causa imunidade baixa, anemia e às vezes alguns sangramentos, o que faz com que um paciente tenha que estar sempre no hospital fazendo exames. Diante de uma rotina que já é difícil, Marina destacou a importância do profissional da medicina manter a esperança, a positividade e a fé diante de seu paciente. 

“Quando o próprio médico acredita que a fé, a positividade, o otimismo e a esperança fazem diferença no tratamento, isso também já faz diferença, porque a forma do médico lidar com o paciente, se a forma dele lidar é esperançosa, dando ao paciente otimismo e dando positividade durante a consulta, é totalmente [diferente] de você ir num médico onde ele só te coloca pra baixo dando notícias ruins. Não é que a gente não vá ser realista, a gente é sempre realista porque o paciente tem o diagnóstico dele, mas a gente não precisa tirar as esperanças”, afirmou.

A médica afirma que o livro tem o propósito de alcançar pessoas que estão sofrendo por algum problema de saúde e levar uma palavra de fé, esperança e superação. O lançamento do livro será na Reserva 35, localizada no Setor Marista, das 17h às 21h. E a renda das vendas será revertida para o Hospital de Câncer Araújo Jorge.

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