O médico infectologista Edimilson Migowski (Foto: Reprodução/Facebook/Edimilson Migowski

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Se o assunto é saúde, o foco tem sido o surto do novo coronavírus. Com início em Wuhan, na China, o vírus se espalhou por mais de 50 países, incluindo o Brasil na América do Sul, que possui, até o momento, um caso confirmado em São Paulo. O paciente esteve na Itália recentemente, país europeu com maior número de registros do Covid-19, doença causada pelo novo vírus. 

O Brasil possui ainda mais de 180 casos suspeitos da doença. Os sintomas são muito parecidos com os causados por outro vírus, o da gripe. Por conta disso, a contaminação também se dá da mesma forma, por meio de gotículas de saliva que são espalhadas no ar ou em objetos aos quais se leva a mão. 

Em entrevista ao repórter Rafael Bessa, da Sagres, o infectologista e professor de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edimilson Migowski, ajuda a esclarecer como o vírus atinge as pessoas, e o que elas devem fazer para se precaver. 

“O vírus não sai da mesa, da maçaneta, da torneira e pula em você. Você toca na superfície que foi recentemente contaminada, leva as mãos contaminadas nos olhos e nariz, inocula o vírus em você e acaba que se desenvolve depois”, explica. 

Além de lavar sempre as mãos, Migowski alerta para que seja mantida uma distância considerada segura de pessoas que possam apresentar sintomas semelhantes aos do coronavírus. 

“Distância segura é a partir de 1,5 metro, e que essa pessoa que possa estar infectada, que se proteja, coloque uma máscara para evitar, ao tossir, falar ou espirrar, estar espalhando em torno dele ou no ambiente gotículas contaminadas com o vírus”, adverte. 

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Pandemia

Só na China, mais de 79 mil casos do Covid-19 já foram confirmados. Outros 1,4 mil são considerados suspeitos no país asiático. Na Itália, já são 21 mortes causadas pelo novo coronavírus, e 821 pessoas foram infectadas no país europeu. 

Ontem, a OMS (Organização Mundial da Saúde) mudou a avaliação da ameaça internacional do coronavírus Sars-CoV-2 de “alta” para “muito alta”, a mais grave do novo sistema de alerta de quatro fases da entidade.  Mais de 50 países já registraram casos do Covid-19. Edimilson Migowski acredita que o mundo já sofre uma pandemia, mas destaca que, no Brasil, não há, por enquanto, motivo para pânico. 

“Quem deve ficar totalmente envolvido com essa questão são as autoridades sanitárias, as pessoas que comandam e administram hospitais, serviços públicos, para poder criar a estrutura de fluxo desses pacientes”, observa. 

Clima quente 

Nesta época do ano, a temperatura na província de Hubei, na China, onde acredita-se que o coronavírus tenha começado, fica em torno dos 10 graus. Diferente do Brasil, país tropical em que o calor é predominante na maior parte do ano. 

“O calor costuma inativar o vírus. Tem até um ditado que diz ‘Em casa que entra sol, não entra médico’. Então países tropicais, com incidência maior do sol, uma casa bem arejada, acaba não sendo a melhor praia para esse vírus. Acho que esses países mais frios facilitam a transmissão, até porque as pessoas ficam mais confinadas em ambientes fechados”, analisa. 

Batvírus? 

Uma pergunta frequente sobre o novo coronavírus é a sua origem, e se estaria relacionada ao consumo de morcegos na China. Segundo Migowski, o cativeiro onde os animais são mantidos antes de serem comercializados é que podem acabar abrigando o vírus. 

“O coronavírus é muito instável que, no caso do morcego, ele infecta, mas não causa uma enfermidade a ponto de inviabilizar de ser degustado no sudeste asiático. Esses morcegos muitas vezes são pegos vivos, mantidos vivos em cativeiro, eles defecam, o coronavírus são eliminados também pelas fezes do morcego, e dependendo de quem vai fazer a higiene dessas gaiolas, acaba correndo o risco de se contaminar, não só na hora de caçar mas também na hora de comercializar. Então tudo leva a crer que foi o morcego o grande vilão”, afirma.

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