Em meio à pandemia do novo coronavírus, são poucas as notícias boas. Ainda assim, entre a indefinição sobre o retorno do futebol e a falta de acordo pela redução salarial no mês de maio, o Goiás comemorou no último final de semana o nascimento da primeira filha do meia-atacante Ignacio Jara. Durante o período sem atividades, o chileno seguiu em Goiânia junto com sua esposa Nadia Valderrama, agora acompanhados da pequena Esperança.

Em entrevista à Sagres 730, Jara destacou que a rotina em casa serviu para ficar próximo da família e cuidar da filha, cujo nascimento foi “o momento mais lindo que tive na vida. No começo, eu estava sozinho aqui no Brasil, porque seria uma mudança muito drástica para a minha esposa, que não sabe português e também para que estivesse perto da família, já que eu poderia estar viajando e jogando”.

O jogador de 23 anos disse que nunca esquecerá o momento em que sua esposa chegou em Goiânia, ainda grávida, quando finalmente pode acompanhar o último mês de gravidez. Jara explicou que “o nome Esperança vem de muitas coisas, pelo que traz o significado de nunca perder a fé e seguir em frente, e também porque sempre gostei do nome, que acho muito lindo”.

Jara com a esposa e pequena Esperança (Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução Instagram)

Desde fevereiro em Goiânia, onde garante estar muito feliz e confortável em meio à adaptação e espera morar por muito tempo, o meia está longe da sua terra natal. A situação no Chile preocupa, em que no último registro foram identificados 2.660 novos casos e 11 mortes em decorrência da covid-19, totalizando 34.381 casos e 346 óbitos – o terceiro país sul-americano com mais ocorrências depois de Brasil e Peru.

Para Jara, “é muito lamentável ver que a minha família está correndo esse risco e eu estou tão longe”. De qualquer forma, “as nossas famílias, tanto a minha e quanto a da minha esposa, estão bem e em casa resguardadas tomando todas as precauções para que não aconteça nada”. Além do mais, fica a dor no coração pela saudade e a distância, principalmente após o nascimento da nova membra da família.

Questionado sobre se sentir seguro para voltar a jogar, o meia frisou que “como jogador, quero sempre voltar ao campo o mais rápido possível, ainda mais agora. Mas tem que haver muita precaução, porque isso não é um jogo, cada vez os números aumentam muito mais aqui no Brasil, então temos que ter cuidado. Se retornarmos à rotina, temos que tomar toda a precaução, mas espero que tudo volte à normalidade e que volte o futebol”.

Por causa da presença no Torneio Pré-Olímpico sul-americano, disputado na Colômbia entre janeiro e fevereiro, Jara perdeu a pré-temporada e se juntou ao grupo apenas um mês depois. Por isso, entrou em campo somente duas vezes pelo Goiás, contra Iporá e Aparecidense, sempre pelo Campeonato Goiano.

Acerca do retorno da competição ou de um eventual título ao Atlético Goianiense, ressaltou que “queremos sempre ganhar coisas importantes, ainda mais no meu caso, que acabei de chegar no clube, e claro que quero ganhar e sou ambicioso. Porém coloco em primeiro lugar a situação da saúde, me preocupo com a minha família e há muitos infectados, então seria um pouco egoísta estar pensando no Campeonato Goiano agora”.

Quando o futebol voltar, o certo é que não será possível contar com a torcida nos estádios. Jara destacou que “aqui o público tem uma função importante, porque é uma torcida que sempre nos acompanha. A volta do futebol com os portões fechados seria um pouco prejudicial, sem essa sensação de apoio à equipe que está jogando. É muito lamentável, mas nessas circunstâncias, se isso seria melhor, que assim seja”.