Filiado ao PSD na sexta-feira (12/2), pelas mãos do senador Vanderlan Cardoso, do deputado federal Francisco Júnior e do presidente nacional, Gilberto Kassab, o secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles, disse nesta terça-feira (16) à Rádio Sagres 730 que se filiou ao partido para ser candidato a senador e que não se discutiu a possibilidade de ele disputar o governo de Goiás em 2022.

“Eu já tenho uma história. Fiquei muito anos no PSD e acetei com satisfação o convite pra voltar ao partido. (…) Estou considerando com seriedade a hipótese de ser candidato a senador por Goiás, e vamos trabalhar juntos e planejar o que pode ser feito. (…) O convite que eu recebi foi no sentido de ser candidato a senador e foi esse o convite que eu aceitei. Não houve nenhuma conversa no sentido de acertar qualquer candidatura ao governo do estado”, reforçou.

Ouça a entrevista na íntegra:

Meirelles afirmou que teve experiência com o legislativo, quando foi presidente do Banco Central e ministro da Fazenda e se sente à vontade na vida parlamentar. “Eu ia, no mínimo, quatro vezes ao Senado Federal por ano para fazer um relato de tudo àquilo que eu estava realizando no BC pela economia. Como ministro, além de ir à Câmara, fui ao Senado várias vezes, sempre discutindo economia e projetos de interesse da economia brasileira”, explicou.

A possibilidade da eleição para a sucessão do governador Ronaldo Caiado foi levantada pelo presidente regional do PSD, Vilmar Rocha, em entrevista à imprensa. O secretário explicou também que não houve acerto entre o PSD e o governo de Caiado para que ele seja candidato a senador na chapa de reeleição de Caiado.

“Não houve conversa prévia sobre minha entrada no partido com o governador. Recebi o convite de Vanderlan Cardoso, Vilmar Rocha e Gilberto Kassab. Fizemos uma reunião na casa de Gilberto Kassab, do onde fui convidado. Não foi pré-combinado com Caiado a minha entrada no partido”, ressaltou.

A composição do PSD com o DEM foi avaliada como “natural” pelo secretário e pode ser um indicativo para 2022. “Vai depender, claro, da definição dos programas de trabalho. Mas existe uma história concreta de trabalho conjunto e de aliança política da eleição da prefeitura e, portanto, é certo indicativo, apesar de não ser algo finalizado”.

ECONOMIA

Para Meirelles, o presidente Jair Bolsonaro fez o que tinha que fazer para combater a pandemia e auxiliar os brasileiros com a ajuda emergencial, mas reforçou que o momento é de controle de despesas. “A dívida pública brasileira está muito elevada. Está em cerca de 90% do equivalente ao PIB, e não podemos gerar crise fiscal, crise de incerteza e insustentabilidade”. No ano passado, Meirelles defendeu o aumento de gastos do governo federal para enfrentar a pandemia coronavírus.

O secretário defendeu o auxílio emergencial até que a geração de empregos possa ser retomada. “O auxilio é necessário para a ter a retomada mais suave da economia e a criação de empregos, para a substituição, posteriormente, do auxílio. A melhor política social que existe é a criação de emprego, porque dá sustentabilidade ao ser humano e perspectiva de futuro”, defendeu.

Esse gasto extra que pode vir a ser feito com a prorrogação do auxílio emergencial deve ser compensado com reformas fundamentais do setor público que visem cortar outras despesas, segundo Meirelles. “Temos, por exemplo, a reforma administrativa que é muito importante porque corta as despesas físicas da máquina pública e a reforma tributaria para garantir a sustentabilidade do estado, além da PEC emergencial. Portanto, essas reformas são fundamentais para que possamos conceder um novo auxílio, obedecendo e estando dentro do teto de gastos, que é importante para o Brasil”.