A história é muito grande, a rivalidade talvez seja ainda maior. O lado verde tem enorme vantagem no retrospecto, mas quando o lado vermelho vence, o mundo parece desabar. É por essas e outras que o clássico entre Goiás e Vila Nova, na tarde deste domingo, às 17h, no Serra Dourada, ainda mexe com jogadores, com a torcida, com quem vive o clube há muito tempo, mesmo que seja apenas o 3º jogo do ano. Mesmo até que os treinadores tentem tirar o peso do confronto.

Foi essa tática que Claudinei Oliveira, no Goiás, e Heriberto da Cunha, no Vila, tentaram demonstrar na véspera do confronto: quase que uma desvalorização do confronto, até para evitar o que pode vir após os 90 minutos. Ambos sabem que uma derrota em clássico pode colocar uma pressão absurda no trabalho. Claudinei, por exemplo, tratou de tirar a obrigatoriedade esmeraldina de vencer o rival e explicou que todos os jogos são importantes.

“Eu não acho que o Goiás tem obrigação de vencer, é complicado falar assim no futebol. O Goiás tem obrigação de sempre, ou na maioria das vezes, se apresentar bem, e nós da comissão, os atletas, nos doarmos ao máximo. Nós temos três clássicos e o resto são jogos contra pequenos. Se você ganhar dos pequenos e perder os clássicos, tá classificado, e se vencer os clássicos e perder ou empatar com os pequenos, não tá classificado. A gente sabe da importância para o torcedor, da histórica dos jogos, mas o que define não são os clássicos”

Talvez o clássico para Heriberto da Cunha seja mais importante, já que o treinador ainda é questionado por torcedores, mesmo tendo conquistado a vaga para a Série B no passado. O técnico colorado ainda busca achar o equilíbrio da equipe, sabe que um triunfo sobre o maior rival pode abrir muitos caminhos, mas entende que a equipe está apenas no início de um trabalho na temporada.

 “Acho que um bom resultado passa uma confiança muito grande para esses jogadores, mas também não podemos achar que um resultado positivo contra o Goiás nós já somos campeões goianos. Tem que ter os pés no chão, a equipe tem que trabalhar, é um início de trabalho e o resultado não pode definir todo o campeonato. Lógico que você vai pra dentro de campo com o objetivo, seja qual for o adversário, de buscar a vitória, mas pra isso a gente tem que construir, ter equilíbrio”

Os dois treinadores tem armas interessantes para duelarem. Do lado esmeraldino, o time será o mesmo que venceu o Grêmio Anápolis na quarta-feira, agora com Araújo, o principal jogador, mais leve após ter marcado o primeiro gol. Novidades, apenas no banco de reservas: o lateral Vitor e o meia João Paulo estão relacionados e devem entrar no decorrer da partida. Quem conhece bem o clássico é o volante Amaral, desde os tempos de base, e explica porque ainda é tão motivante jogar contra o Vila.

“Pelas torcidas, pela rivalidade que já vem de muito tempo. São as duas maiores torcidas, é muito gratificante ver o estádio sempre lotado e as duas equipes fazendo o espetáculo. A gente sempre respeita a equipe do Vila Nova, mas esperamos fazer festa com nosso torcedor e conseguir uma vitória para eles. Pra gente que está aqui a mais tempo, acaba vendo que ganhar do Vila, sem menospreza, é responsabilidade nossa, é algo normal, e se perder, vira um ‘bafafá’ danado, por isso, a gente entra motivado”

Do outro lado, novidades também apenas no banco: o atacante Guilherme, apresentado na sexta-feira, já foi regularizado e estará como opção, assim como o meia Netinho, que não fez nenhum trabalho tático com a equipe. O time também será o mesmo da última quarta-feira, mesclando a juventude de Hugo e Lucas com a experiência de Wando e Róbston. Aliás, será o primeiro clássico de Róbston com a camisa colorada e ele responde qual equipe está melhor no momento.

 “Vila, com certeza, pra mim o melhor time da competição é o Vila, é o meu time. Temos os melhores jogadores, o melhor elenco e com isso que vamos mostrar para muitos que a gente é capaz. Jogador vencedor, principalmente em clássico, não tem só a técnica. Clássico é vontade, é determinação, do outro lado tem jogadores aguerridos e aqui também tem que ter. Não se vence só na técnica, tem que ter algo mais, que é correr mais, ganhar cada dividida, é assim que se vence”

FICHA TÉCNICA

GOIÁS X VILA NOVA

Local: Estádio Serra Dourada, em Goiânia 
Data: 26/01/2014 – Domingo
Horário: 17h
Árbitro: Eduardo Tomaz
Assistentes: Cristhian Passos e Bruno Pires

GOIÁS: Renan, Clayton Sales, Valmir Lucas, Pedro Henrique e Juliano; Amaral, Thiago Mendes, David e Ramon; Araújo e Rychely.
Técnico: Claudinei Oliveira

VILA NOVA: Toni, Alan, Vitor, Neto Gaúcho e Bruninho; Arthur, Luís Marques, Róbston e Hugo; Wando e Lucas.
Técnico: Heriberto da Cunha