O presidente do Conselho Deliberativo do Vila Nova, Carlos Alberto Barros, foi alvo de protestos da torcida colorada ontem (3), após a derrota do time para o lanterna do Goianão. Ao fim da partida, ele concedeu entrevista coletiva e, com tristeza, avisou: “não vou abandonar o barco”.

Com os repórteres até à 0h, o dirigente ainda avisou que, se aparecer uma pessoa e disser que quer ‘tocar’ o Vila, ele sai, e ainda continua ajudando.

Evandro Gomes comenta declarações de Barros

Ouça a entrevista completa com o dirigente

Diante da possibilidade de renunciar ao cargo de presidente, Barros disse já ter pensado no assunto. E muito. Principalmente, depois de uma reunião feita durante a última sexta-feira (27). Entretanto, segundo ele, no dia seguinte, mudou de ideia, entendendo que as decisões dos dirigentes devem ser tomadas com a cabeça fria.

“Se acontecer a saída nossa, do Maurilho, do Sizenando, Edson Pio… Quem vai assumir? Eu acho que é muito pior para o Vila. Desde agosto do ano passado a gente tava procurando um presidente. Mas, na hora, não tem ninguém. Tem só para criticar e ver o Vila na situação que está. Talvez a glória deles seja essa”, disse Carlos Alberto Barros, já com a voz cansada.

Mudanças

Sobre o atual momento do time no Goianão, o dirigente colorado demonstrou ainda mais tristeza. Para ele, o Vila está abaixo da crítica. Por isso, nesta quinta-feira (4) será realizada reunião entre os dirigentes para definir um “novo caminho”. Uma conversa dele com Maurilho Teixeira e Sizenando Ferro já teria acontecido. E decidiram que vão tomar “algumas decisões”.

“Analisar jogadores, contratações, enfim, a situação do Vila. Vamos esperar um relatório do Édson Gaúcho. Ele tem uma visão do que precisa. Mas eu tenho certeza, absoluta, que vai passar por dispensa. Jogador que não quer jogar no Vila não serve para ficar aqui, não”, disse Barros, já em tom de revolta.

Defesa própria

As criticas deixaram o presidente do Conselho Deliberativo chateado. Sentindo-se injustiçado, ele alegou ter ‘herdado’ uma dívida de mais de R$ 2 milhões em ações trabalhistas. “Pagamos tudo”, disse ele, afirmando saber que, para o torcedor, o que vale é título.

“Mas eu não consigo contratar jogador caro e deixar dívida para os outros pagarem. Da minha gestão não ficou uma dívida sequer. Nós não tínhamos conta bancária. Estava tudo bloqueado. O sacrifício é enorme. Todo mundo que falou que ia “ombrar” comigo, virou as costas. O maior problema está dentro do Vila”, argumentou o dirigente, no momento em que o relógio já apontava o início do dia posterior a derrota para o Itumbiara, 0h15.

Contra dirigentes

Durante a conversa com os jornalistas e repórteres, Carlos Alberto Barros também reclamou de um conselheiro – ele não quis revelar o nome – que, no jogo contra o Morrinhos, foi barrado na porta do estádio porque, segundo ele, queria entrar de graça e ainda trazer “um monte de gente”.

“Eu fico triste com essas pessoas que querem levar vantagem e incentivando e levando a torcida contra a gente. Foi contra quando eu tive a ideia de criar a empresa investidora”, disse Barros, que avisou que não estará em Goiânia essa semana. Segundo ele, por uma questão de sobrevivência, estará na beira do Araguaia