A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, demitiu uma assessora que publicou mensagens ofensivas aos paulistas e à torcida são paulina em uma rede social. Anielle e o ministro do Esporte, André Fufuca, foram à final da Copa do Brasil, no domingo (24), assinar um protocolo de intenções contra o racismo e promoção da igualdade racial no futebol. O ato ocorreu em uma parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A ministra Anielle Franco e assessoras viajaram no avião da Força Aérea Brasileira. O ministro André Fufuca foi em outro voo da FAB e o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, que também participou da cerimônia, viajou em voo comum, de carreira. Um decreto presidencial permite o uso de aviões da FAB para viagens a serviço, mas a opção, que pode custar até 70 vezes mais caro, colocou a ministra da Igualdade Racial no centro de críticas em Brasília.
No Estádio do Morumbi, uma assessoria de Anielle Franco postou mensagens em que debocha da torcida são paulina e dos paulistas. Em uma delas, Marcelle Decothé da Silva, então chefe da assessoria especial do Ministério da Igualdade Racial, escreveu em linguagem neutra, que não define gênero: “Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade. Pior de tudo pauliste”. Em outra publicação, Marcelle afirmou: “Entrando no estádio no carro da PF. Morte horrível”.
Igualdade racial
Parlamentares de oposição foram ao Ministério Público pedir que a entidade abra uma investigação criminal contra Decothé. Kim Kataguiri (UB/SP) e Paulo Bilynskyj (PL/SP) acusam a agora ex-assessora de ter cometido o crime de discriminação, que pode ser punido com um a três anos de reclusão.
Lista
As postagens se somam à série de “brincadeiras” levadas por Decothé e outras servidoras da pasta às redes sociais. “30 segundos de diálogo com a CBF, já viraram patriotas. Prontas pro cancelamento”, escreveu a assessora demitida. As declarações repercutiram mal e a ministra telefonou para os presidentes do São Paulo e da torcida Independente para pedir desculpas.
Reação
Também pelas redes, os presidentes do São Paulo Futebol Clube, Júlio Casares, e da Torcida Independente do Clube, Henrique Gomes de Lima, criticaram as postagens. Os dois confirmaram a ligação de Anielle Franco, que garantiu que medidas que seriam tomadas.
Demissão
Em nota no início da tarde, a pasta disse que “as manifestações públicas da servidora em suas redes estão em evidente desacordo com as políticas e objetivos do ministério”. E que a demissão de Decothé foi para “evitar que atitudes não alinhadas a esse propósito interfiram no cumprimento de nossa missão institucional”.
Apuração
Um comitê interno foi criado para investigar a conduta de Decothé e das demais assessoras da pasta. O texto aponta atuação do recém-criado Comitê de Integridade, Transparência, Ética e Responsabilização. “Instância interna de debate e sobre situações que envolvam temas de transparência, integridade pública, ética e questões disciplinares de caráter abrangente vai investigar o caso”, diz a nota que anuncia a demissão da assessora.
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*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 10 – Redução das Desigualdades; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.