O ministro da Educação, Camilo Santana, negou novamente a suposta ‘politização’ do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023. O gestor do MEC reafirmou que a maior parte das perguntas são da gestão federal anterior e que a seleção dos professores é independente e via edital público.

“Não há a menor possibilidade de interferência do governo em relação a elaboração do exame. A prova surge de um edital público de professores independentes realizado em 2020, não foi neste governo e não há nenhuma interferência por parte deste governo na elaboração, nem na validação dos questionamentos, é isso que eu posso dizer e vou dizer a mesma coisa no Congresso Nacional”, explicou.

A declaração ocorreu no domingo (12) na coletiva de imprensa do balanço do segundo dia de aplicação do exame. A reafirmação deu-se por causa de uma pergunta sobre o impacto dos agrotóxicos no meio ambiente na prova de Ciências da Natureza.

O ministro terá que comparecer ao Congresso Nacional porque parlamentares da Câmara e do Senado aprovaram a convocação dele para questionamentos. A presença de Santana na Comissão de Educação da Câmara está prevista para o dia 22 de novembro. Mas ainda não há data prevista para o Senado. 

Construção trienal

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, compareceu à Comissão de Educação da Câmara na quarta-feira (8). Na ocasião, o gestor do Inep afirmou que a construção da prova é trienal e que, portanto, 86% das questões foram elaboradas no governo de Jair Bolsonaro. 

Na prova do domingo (5), por exemplo, das 95 questões, 82 foram feitas entre 2020 e 2021. Assim, Manuel Palácios negou o viés ideológico apontado no conteúdo da prova. O presidente do Inep destacou que os estudantes não precisam concordar com as afirmações das questões.

“O que se pede, no comando do item, é que ele manifeste, ao assinar a resposta correta, que compreendeu o argumento do outro”, informou.

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