A primeira etapa de uma pesquisa clínica realizada na USP comprovou a segurança de uma molécula sintética capaz de melhorar o quadro de insuficiência cardíaca. A enfermidade é a que mais mata no mundo e acomete aproximadamente 2 milhões de pessoas no Brasil.

A insuficiência cardíaca surge da dificuldade de bombeamento do sangue pelo coração. A alta incidência da enfermidade ocorre porque as outras doenças do sistema cardiovascular geralmente evoluem para o quadro de insuficiência do órgão.

Os resultados dos experimentos em animais, culturas de células e tecido cardíaco humano foram positivos e estão publicados no European Heart Journal. A pesquisa desenvolvida na USP tem participação da Foresee Pharmaceuticals, empresa sediada em Taiwan e nos Estados Unidos.

Vale ressaltar que o estudo é muito importante no mundo, pois os tratamentos atuais conseguem frear a progressão da enfermidade. No entanto, eles não possibilitam sequer a reversão parcial da doença, com grandes chances do paciente precisar de transplante de coração.

O estudo

A molécula utilizada no estudo é a AD-9308. Segundo os pesquisadores, ela é capaz  de restaurar a atividade da proteína aldeído desidrogenase da mitocôndria, que tem papel central no desenvolvimento de insuficiência cardíaca. A pesquisa já tem dez anos de desenvolvimento no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP.

 “Cada célula tem centenas, às vezes, milhares de mitocôndrias que, quando não trabalham bem, produzem aldeído suficiente para intoxicar toda a célula. Descobrimos neste trabalho mais recente que essa toxina em excesso desliga um evento vital para a célula, o processamento de microRNAs [pequenas moléculas de RNA que não codificam proteínas, mas regulam a ação de outros genes]”, explicou, Julio Cesar Batista Ferreira, coordenador da pesquisa. 

Com os resultados positivos, os pesquisadores pretendem pedir à agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos para testar  a molécula em humanos com insuficiência cardíaca. Para isso, será necessário agregar voluntários para verificar para qual estágio de insuficiência cardíaca a molécula é indicada.

*Com informações do Jornal da USP

O texto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 03 – Saúde e bem-estar.

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