A oitava edição do Pauta 1 exibida na terça-feira (14) recebeu o doutor em engenharia elétrica e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Fernando Nunes Belchior. Um dos principais assuntos foi a aproximação do período chuvoso e das frequentes quedas do fornecimento de energia elétrica durante as precipitações. Diante disso, o programa apresentou questões sobre os problemas, consequências e soluções da distribuição de energia elétrica no Brasil.
Comparado a outros países do mundo, o Brasil não sofre com grandes desastres naturais. Então, Belchior disse que as principais causas das interrupções no país são as linhas aéreas de transmissão de energia, por causa das ventanias e das árvores encostando na fiação, e o aumento de carga causado pelo calor extremo.
Sobrecarga do sistema
O professor da UFG afirmou que “quanto mais energia se consome significa que a população e o país estão crescendo economicamente” e que, portanto, é previsível que o consumo de energia aumente. Um dos pontos de resolução para o problema das interrupções, então, é o monitoramento do consumo da população.
“O monitoramento do consumo da população é essencial. As concessionárias têm que sempre estarem observando esse crescimento e adequando o sistema elétrico: troca de transformadores, troca da fiação dos condutores que chegam à população, aos postes, aos transformadores e as casas. E é importante observar através de monitoramento de equipamentos adequados como está o crescimento desse consumo: quem tem ar condicionado vai ligar”, disse.
O Brasil vive no momento a oitava onda de calor extremo em 2023. E para aliviar o desconforto térmico, a população recorre aos ventiladores, ar condicionado, geladeiras e equipamentos similares. Assim, o aumento da demanda simultânea também é um dos fatores que causam sobrecarga no sistema de fornecimento de energia.
Período chuvoso
Além da sobrecarga, as interrupções ocorrem por causa das ventanias e quedas de árvores. Neste caso, Fernando Nunes Belchior aponta duas soluções: a primeira delas é o planejamento para o período chuvoso.
“É importante ter um planejamento porque de forma geral você tem previsões de quando vão ser as etapas de chuva e seca na nossa região e no Brasil. Mas, assim, casos rigorosos são realmente complicados de entender. Mas é natural que se tenha um planejamento para evitar que uma simples chuva consiga derrubar a rede elétrica e a gente fique sem energia”, destacou.
Além disso, o professor apontou a necessidade de ter profissionais mais técnicos para fazer a previsão de um aumento de carga e a necessidade de podar as árvores na época certa. “Mas, talvez fazer um projeto maior de planejamento de sistema subterrâneo, que é um sistema que é mais confiável”, sugeriu como segunda solução do problema.
Fiação subterrânea
O fornecimento de energia elétrica no Brasil é realizado pelas linhas aéreas de transmissão de energia. Segundo o docente da UFG, apenas São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte já substituem algumas linhas pela fiação subterrânea. Porém, ressaltou que é importante começar o planejamento das linhas subterrâneas.
“É um sistema que é mais confiável, que demanda um custo maior, mas fazendo devagar com um planejamento de médio ou longo prazo, talvez consiga diminuir esses problemas principalmente nos grandes centros onde você tem um alto consumo de energia”, argumentou.
O texto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 07 – Energia limpa e acessível e o ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis.
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