O relatório Appetite for Growth 2024, da Kantar, oferece uma visão sobre como o consumo global está sendo moldado por momentos contextuais e valores emergentes. Mais do que um estudo de mercado, ele apresenta insights valiosos para enfrentar desafios globais, como a sustentabilidade e as mudanças climáticas. Como alinhar as tendências de consumo às urgências ambientais que enfrentamos?
Os “Momentos de Demanda” destacados no relatório mostram como as decisões de consumo são influenciadas por fatores como conveniência, preço e valores pessoais. Quando olhamos para a sustentabilidade, essa lógica pode ser aplicada para incentivar práticas mais conscientes. Escolhas cotidianas, como reduzir o desperdício de alimentos ou optar por produtos locais e sazonais, são exemplos claros de como mudanças simples podem impactar o meio ambiente positivamente.
Além disso, o foco em contexto e propósito pode orientar marcas e governos a promoverem produtos e práticas sustentáveis de forma estratégica. Empresas que investem em cadeias de produção mais verdes ou em embalagens recicláveis não apenas atendem a uma demanda crescente por sustentabilidade, mas também lideram a transição para uma economia de baixo carbono. O mesmo vale para políticas públicas que incentivem o consumo consciente e a redução de emissões, como subsídios para produtos sustentáveis e educação ambiental massiva.
O relatório reforça que o consumo consciente precisa estar no centro do combate às mudanças climáticas. Assim como marcas adaptam estratégias para atender consumidores em momentos de demanda específicos, é crucial que governos, empresas e sociedade civil criem um ambiente propício para escolhas sustentáveis.
Investir em cadeias de suprimentos éticas, estimular a economia circular e priorizar alimentos locais são ações concretas que alinham tendências de consumo com o compromisso de proteger o planeta. Os “Momentos de Demanda” nos ensinam que escolhas individuais, quando direcionadas por um contexto sustentável, podem se transformar em movimentos coletivos por um futuro mais verde e resiliente.
[COP À COP]
– PRÍNCIPE EM BELÉM. O príncipe William deve participar da COP 30, que será realizada em Belém, em novembro de 2025. Segundo informações, sua presença busca destacar a importância da Amazônia na luta contra as mudanças climáticas. Ele é conhecido por seu engajamento em causas ambientais, como o Earthshot Prize, que premia soluções inovadoras para o meio ambiente. A COP 30 será marcada como a “COP da Floresta” e reforçará o papel estratégico da Amazônia no combate às mudanças climáticas globais.
– REVISÃO DA META. A Espanha revisou seus planos para energia renovável no novo rascunho do Plano Nacional Integrado de Energia e Clima (Pniec) 2023. Agora, o país projeta que 81% da capacidade elétrica instalada será renovável até 2030, frente à meta anterior de 74%. Além disso, 48% da energia consumida terá origem renovável, contra 42% do plano inicial. O plano inclui a instalação de 76 GW de energia fotovoltaica (o dobro da meta anterior) e 62 GW de energia eólica, além de avanços em armazenamento de energia e infraestrutura. Outras metas incluem 5,5 milhões de veículos elétricos e 11 GW de hidrogênio verde. Esses esforços visam economizar 90 bilhões de euros em importações de combustíveis fósseis e gerar mais de 500 mil empregos até 2030.
– ALERTA DE LIMITE. O relatório, apresentado, neste domingo (1), em Riad, na Arábia Saudita, antes da Cúpula de Combate a Desertificação, alerta que práticas como desmatamento e agricultura insustentável estão degradando a terra em níveis críticos, ameaçando a estabilidade ambiental e humana. Ele destaca que sete dos nove limites planetários, como mudanças climáticas e perda de biodiversidade, já foram afetados pelo uso insustentável da terra. A agricultura é responsável por 23% das emissões globais e 80% do desmatamento. Solos empobrecidos reduzem produtividade, ampliam a fome e geram conflitos. Para enfrentar esses desafios, o relatório propõe reforma agrícola, restauração de ecossistemas, tecnologias sustentáveis e governança justa para preservar os recursos do planeta.