Os moradores do Setor Sul se mobilizaram contra o adensamento e a verticalização do bairro e encaminharam à Câmara Municipal de Goiânia sugestões de emendas ao Plano Diretor. A moradora do bairro, a arquiteta e integrante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás, Márcia Guerrante, explicou à Sagres 730 a proposta é pela preservação do bairro. “A gente pede que não haja uma verticalização dentro do bairro nos eixos maior que 11 metros e nas ruas internas do bairro maior que sete metros, o que significa isso, nas ruas internas que não possa ser feito mais do que sobrado, e nos eixos que possam prédios até quatro pavimentos”, explicou.

Márcia detalhou que no plano e nas emedas, existe a possibilidade de um adensamento nos eixos de transporte que cortam o Setor Sul, que seria principalmente a Rua 90, 84 e 85. “Essa nova lei vai permitir um adensamento maior nesses lugares, isso vai implicar em uma verticalização”, afirmou. O Plano Diretor, segundo a arquiteta, incentiva o adensamento. “Mais possibilidade de ocupação de área, consequentemente uma verticalização maior, pela emenda que vem da Câmara Municipal ele não coloca limite de altura e sim de ocupação”, disse.

Além disso, os moradores uniram e criaram uma petição online para pedir “proteção e tombamento do traçado histórico do setor sul e de suas áreas verdes”, e se manifestaram contra o adensamento, venda de áreas públicas ou permissão de remembramento dos lotes localizados nas vias de eixo viário que atravessam o bairro com os lotes de fundo, que dão para praças ou ruas secundárias.

“Estamos muito preocupados com isso, fomos atrás dos processos de tombamento que já existem, descobrimos que existem nove pedidos de tombamento do Setor Sul feito por diferentes entidades, em diferentes situações e estão todos engavetados”, disse. “Se isso aqui fosse encarado como um parque, de acesso a todo mundo, com ciclovia, pista de caminhada e áreas verdes bem cuidadas, isso ia beneficiar a todos. A partir do momento que você verticaliza, você adensa, todo esse equilíbrio ambiental vai ser romper”.