(Foto: Facebook / Arquivo Pessoal)

Marcos Fayad morreu nesta quarta-feira (17), no Hospital Santa Helena, em Goiânia. Ele estava internado há 15 dias e faleceu em decorrência de um cancêr. Fayad era produtor cultural, ator, diretor e um dos fundadores do Centro Cultural Martim Cererê. O velório será às 15h no Cemitério Municipal de Catalão e o sepultamento às 20h.

Biografia

A história de Marcos Fayd na cultura goiano tem início ainda na década de 1960 sendo um dos criadores do Teatro Universitário da Pontifícia Universidade Católica – RJ, na direção e atuação na obra de Máximo Górki “OS PEQUENOS BURGUESES” – Teatro Ginástico e Festival de Inverno de Ouro Preto / MG e convidado para representar o Brasil no Festival de Teatro Universitário de Nancy, França, com a peça de Geraldo Vandré e do próprio grupo “A PAIXÃO SEGUNDO CRISTINO”. O espetáculo foi impedido de viajar pela censura da época e seu autor exilou-se.

Na década de 1980 dirigiu a série brasileira “QUARTA NOBRE” da TV Globo. Alguns programas de que participou:- “O FANTASMA DE CANTERVILLE” – Oscar Wilde, “O INSPETOR GERAL” – Nicolai Gogol e “ESQUADRÃO DA VIDA” – Aguinaldo Silva. Também traduziu, dirigiu e atuou na obra “Simon, Simon” de Isaac Chocrón, dramaturgo venezuelano e foi um dos fundadores

Com a Fundação Circo Voador realiza em Fortaleza e Recife o “CABARÉ VOADOR” espetáculo de variedades com artes e artistas nordestinos. Em 1987, Fayad é convidado Secretaria de Estado da Cultura de Goiás, transfere -se para Goiânia. Cria o “Centro Cultural Martim Cererê, com três teatros, enquanto trabalha na montagem da obra de Cassiano Ricardo. A estreia é marcada para o ano seguinte e o espetáculo “Martin Cererê” apresenta-se em seis capitais (Goiânia, Curitiba, Vitória, Rio de Janeiro, Salvador e Belém)

No Cinema, atuou nos filmes: “A Rainha do Rádio”, “Memórias do Medo”, “O Homem do Pau Brasil” e “Terra de Deus”. Na Televisão, atuou nas séries: Carga Pesada, Malu Mulher, Romeu e Julieta e Plantão de Polícia.

Uma de suas últimas participações no palco goianiense foi o espetáculo “Cerimônia para Personagens Estranhos”, da obra do dramaturgo russo Daniil Kharms. A peça abordava a busca pelo real sentido da vida com muito humor e situações nonsense.

Na imprensa atuou como cronista na Revista Bula e ainda se graduou em psicologia na PUC do Rio de Janeiro.

CURRICULUM ARTÍSTICO

1967 – Criou o Teatro Universitário da Pontifícia Universidade Católica – RJ.

1968 – Direção e atuação na obra de Máximo Górki “OS PEQUENOS BURGUESES” – Teatro Ginástico e Festival de Inverno de Ouro Preto / MG.

1969 – Convidado para representar o Brasil no Festival de Teatro Universitário de Nancy / França com a peça de Geraldo Vandré e do próprio grupo “A PAIXÃO SEGUNDO CRISTINO”. O espetáculo foi impedido de viajar pela censura da época e seu autor exilou-se.

1970 – Criou o Teatro Universitário de Petrópolis com universitários de várias Faculdades locais.

1971 – Dirigindo e atuando, estréia o novo grupo com a obra do dramaturgo português Alves Redol “O JOGO DOS MITOS CANSADOS”. Petrópolis e Rio de Janeiro.
1972 – Dirige e atua em “DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA” de Plínio Marcos. Teatro de Arena / RJ.
Dirige a obra de Nicolai Gogol “O DIÁRIO DE UM LOUCO”. Teatro Santa Cecília / Petrópolis.

1973 – Direção e atuação em “RITUAL PARA APRESSAR O FUTURO” do dramaturgo e escritor português Manoel Granjeio Crespo. Teatro do Hotel Quitandinha / Petrópolis.

1975 – Continua a realizar oficinas teatrais já agora em universidades de São Paulo, Belo Horizonte, Goiânia, Curitiba e Vitória através de intercâmbios dos Centros Acadêmicos.

1976 – Criou o Grupo Engenho de Teatro junto com outros trêsatores cariocas. Estréia profissionalmente.A obra é o clássico “ESPERANDO GODOT” de Samuel Beckett, considerado pela crítica como um dos cinco melhores espetáculos do ano no Rio de Janeiro – Museu de Arte Moderna.

1977 – “RALÉ” de Máximo Górki – Diretor e ator. -Teatro Cacilda Becker / Rio de Janeiro.

1978 – “O CORONEL DOS CORONÉIS” de Maurício Segall / Direção e atuação como ator. Teatro Cacilda Becker / Rio. Convidado especial participa em Caracas/ Venezuela
do IV Festival de Teatro das Nações.

1979 – “ATO CULTURAL” – Traduz, dirige e atua na obra do dramaturgo venezuelano José Ignácio Cabrujas, ainda desconhecido no Brasil. Um ano e meio em cartaz em mais de onze cidades brasileiras. -Teatro dos Quatro/ Rio de Janeiro

1980 – Durante todo o ano, com o apoio do Governo do Paraná, trabalha na organização da próxima encenação do Grupo Engenho de Teatro, a obra de Henrik Ibsen
“PEER GYNT”. Música de Tim Rescala.

1981 – Estréia em março “PEER GYNT” / Teatro Ginástico/RJ e Teatro Guairá/PR

1982 – Dissolve-se o Grupo Engenho de Teatro. Cada participante foi em busca de novos caminhos.

1983 – Diretor Assistente da série brasileira “QUARTA NOBRE” da TV Globo. Alguns programas de que participou: “O FANTASMA DE CANTERVILLE” – Oscar Wilde, “O INSPETOR GERAL” – Nicolai Gogol e “ESQUADRÃO DA VIDA” – Aguinaldo Silva

Criação de um Projeto Cultural com duração de um ano para ser realizado no novo Teatro Benjamin Constant/Rio, que consiste num repertório de dramaturgia latino americana, cursos, exposições, etc… Volta à Caracas como convidado do VI Festival deTeatro das Nações.

1984 – “SIMÓN/SIMÓN”- de Isaac Chocrón, dramaturgo venezuelano. Traduziu, dirigiu e atuou junto com o ator Paulo Guarnieri, inaugurando o novo Teatro Benjamin Constant/RJ.

1985 – “TRÊS VEZES 21”- dirige a atua com a atriz Ítala Nandi e mais setenta e quatro atores brasilienses. Este espetáculo foi produzido pelo GDF e CNBB. Teatro Nacional/BSB.

Convidado do FESTMINAS, realiza curso de Direção e Interpretação para quarenta diretores e atores mineiros. Viaja pelo País com a MARATONA TEATRAL, oficina de
teatro intensiva para reciclagem de atores com 12 h/dia, durante três dias.

1986- “NO NATAL A GENTE VEM TE BUSCAR”- de Naum Alves de Souza – direção para o Núcleo de Artistas Cearenses. Teatro José de Alencar.

“CABARÉ VALENTIN” – de Karl Valentin – direção para a Fundação Teatro Deodoro – Maceió/AL.

Com a Fundação Circo Voador realiza em Fortaleza e Recife o “CABARÉ VOADOR” espetáculo de variedades com artes e artistas nordestinos.

1987- Convidado pela Secretaria de Estado da Cultura de Goiás, transfere -se para Goiânia. Cria o “Centro Cultural Martim Cererê, com três teatros, enquanto trabalha na montagem da obra de Cassiano Ricardo.

1988 – Estréia o espetáculo “MARTIM CERERÊ” e do Centro Cultural Martim Cererê. O espetáculo apresenta-se em sete capitais brasileiras (Goiânia, Curitiba, Vitória, Rio de Janeiro, Salvador, Belém, etc.). Indicado para quatro Prêmios Mambembe. Prêmio para Siron Franco e Marcos Fayad – figurino.

“CORAZÓN”- tradução e direção de obras de Federico Garcia Lorca e canções recolhidas por ele.

Estréia o “CABARÉ GOIANO” espetáculo estilo café-concerto que é renovado a cada mês.

1989 – Viagem à França/Dijon com o “MARTIM CERERÊ”, o “CABARÉ GOIANO” e um novo espetáculo/ritual, “DANHORÊ” criado a partir de intensa pesquisa com
rituais e músicas indígenas brasileiros de várias tribos.

1991 – “OS PEQUENOS BURGUESES” – de Máximo Górki, com apresentações em Goiânia e mais treze cidades do Estado de Goiás.

“OS INUMERÁVEIS ESTADOS DO SER” – monólogo sobre textos esparsos de Antonin Artaud compilados por Rubens Corrêa e Ivan de Albuquerque, cedido para ser encenado em Goiás.

1993 – “DOCES VÍCIOS” – roteiro livre sobre a obra do dramaturgo espanhol Fernando Arrabal.

1995 – “ÓPERA SERTANEJA” – espetáculo ao ar livre sobre o povo que habita o cerrado. Sem cronologia ou rigor histórico, os fatos e os mitos vão se sucedendo interligados por fios que se modificam – a eterna luta entre o velho e o novo.

“QUATRO ESTAÇÕES E UM CLIMA DE AMOR ESTRANHO…” – roteiro teatral sobre as diversas máscaras do amor, costurado por canções brasileiras desde o início do século.

1998 –“NA CARRERA DO DIVINO” – de Carlos Alberto Soffredini, sobre a cultura do caipira brasileiro. O espetáculo foi visto em Goiânia, Brasília, São Paulo e cidades do interior do Estado de Goiás. Abriu a 1ª Mostra de Teatro de Grupo, em São Paulo. Abriu também o XXI Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI-98) na cidade do Porto, em Portugal e foi considerado um dos três melhores espetáculos da década naqueles festivais.

1999 – “MARTIM CERERÊ” estréia onze anos depois com novo
elenco e aprovado pela Comissão Nacional do V Centenário do Descobrimento. Apresentações em Goiânia, Anápolis, Brasília, Rio de Janeiro, Porto/Portugal, etc…
Participa da Semana Cassiano Ricardo em São José dos Campos / SP e do I Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental da Cidade de Goiás.

“CARA-DE-BRONZE” – adaptado de um dos contos do livro “CORPO DE BAILE”, de João Guimarães Rosa, segundo o crítico Ivan Teixeira, “talvez o conto mais enigmático da Literatura Brasileira”. Curta temporada em Goiânia.

2000 – “PURO BRASILEIRO” – Um Show espirituoso sobre a música e o humor do caipira brasileiro cantado e interpretado pelos artistas da Cia. Teatral Martim Cererê. Estréia em Goiânia, com apresentações pelo interior do Estado. Participa do II Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental da Cidade de Goiás.

A Companhia retorna à cidade do Porto, Portugal, no XXIII Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI-2000) com os espetáculos “MARTIM CERERÊ” e “PURO BRASILEIRO”.
Também participa do Festival de Inverno de Campina Grande/PB com “MARTIM CERERÊ” e “PURO BRASILEIRO”.

“ESCUTA, ZÉ” – Roteiro escrito por Marcos Fayad sobre textos de José Ângelo Gaiarsa, Wilhelm Reich e Ronald Laing. Estréia em Goiânia em novembro de 2000 e é apresentado em várias cidades
Esse espetáculo foi criado especialmente motivado pelo convite informal do Diretor do FITEI que comemora seu Jubileu de Prata em 2002 na cidade do Porto/Portugal.

2001- Estréia em maio a obra “HOMENS” do dramaturgo chileno/espanhol Jorge Diaz sob o patrocínio da FUNARTE (Projeto EnCena Brasil). O diretor Marcos Fayad atua como ator, tradutor e dirige este espetáculo.

2002- Estréia em 25 de janeiro “MITOS DO ELDORADO” , musical de Bororó e texto de Carlos Ribeiro e Nasr Chaul produzido pela Brasil Telecom. O espetáculo é cantado por artistas nacionais como Nana Caymmi, Zélia Duncan, João Bosco, Ed Motta, Sérgio Ricardo e mais cinco cantores goianos. Cenografia, concepção cênica e direção de Marcos Fayad

2002- Estréia em novembro “RASGA CORAÇÃO” a obra-prima de Oduvaldo Vianna Filho com cenografia de José Dias, Direção de Marcos Fayad.

– Estréia em outubro “VOAR…” espetáculo-solo com interpretação de Marcos Fayad e texto de Gil Perini.
Em 2003 o espetáculo representou o Brasil no XXVI FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica) na cidade do Porto/Portugal e fez temporada em Lisboa e Coimbra.

Em 2005 a Cia. Teatral Martim Cererê estreará o espetáculo “CABARÉ IMPERIAL” Sobre as Modinhas e Lundus brasileiros e portugueses dos séculos XVII, XVIII e XIX , roteiro e direção de Marcos Fayad. Em julho de 2005 estréia “POSTAIS GOIANOS”. Em 2006 estréia “CAFÉ CANTANTE PUNHAL RELUZENTE” sobre a obra de Federico Garcia Lorca.

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CINEMA

Ator nos filmes brasileiros:

-“A RAINHA DO RÁDIO” – L.F. Goulart
-“MEMÓRIAS DO MEDO”- Alberto Graça
-“O HOMEM DO PAU BRASIL”- Joaquim Pedro de Andrade
-“TERRA DE DEUS” – Iberê Cavalcanti

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TELEVISÃO

Diretor Assistente nas séries brasileiras da Quarta Nobre
-TV Globo

-“O FANTASMA DE CANTERVILLE”
-“ESQUADRÃO DA VIDA”
-“CARMEN”
-“O INSPETOR GERAL”
-“ALICE ALICE”

Como ator nas séries:

-“CARGA PESADA”
-“MALU MULHER”
-“ROMEU E JULIETA”
-“PLANTÃO DE POLÍCIA”