Motoristas de Metrobus paralisaram atividades nesta sexta-feira (9), e desta forma o Eixo Anhanguera não está em funcionamento. A reivindicação é para que trabalhadores do transporte coletivo sejam vacinados contra a Covid-19.

Motoristas da Metrobus na garagem da empresa durante a madrugada. Foto: Ouvinte Sagres 730

Por conta da paralisação, não estão circulando ônibus do Eixo Anhanguera na Região Metropolitana no início da manhã.

De acordo com o Sindicoletivo, sindicato que representa os motoristas, e ainda o consórcio RedeMob, a paralisação não foi estendida as linhas alimentadoras do sistema.

“Todas as demais linhas do sistema Metropolitano de Transporte Coletivo estão funcionando normalmente”, destaca a nota do consórcio RedeMob.

O Sindicoletivo informou que são quase 4 mil trabalhadores ao todo:

  • 150 que são do grupo de risco estão afastados;
  • 9 estão afastados com suspeita;
  • 7 estão afastados com diagnóstico positivo;
  • 1 motorista morreu em decorrência da doença;
  • 1 funcionário do transporte também não resistiu e faleceu;
  • 518 já se contaminaram e foram curados;

“Nós somos 3,5 mil trabalhadores na ativa, mais de 300 contaminados, 16 intubados, 26 mortos, sendo 21 motoristas. O índice é alto. Os trabalhadores da classe está bem mais expostos”, disse Sérgio Reis, presidente do Sindicoletivo em entrevista à Sagres nesta sexta-feira (9).

Neste instante, há falta de vacinas para toda a população. Para se ter ideia, houve paralisação de produção pelo Instituto Butantan da vacina Coronavac, também utilizada contra a Covid-19, por falta de matéria-prima.

O Butantan ainda vai seguir com a entrega de vacinas na próxima semana, porque tem 2,5 milhões de doses já prontas aguardando o prazo do controle de qualidade. Um novo carregamento de matéria-prima – o chamado IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) – estava previsto para chegar da China nesta sexta-feira, dia 9 de abril, mas foi postergado, sem data indicada.

Nesta quinta-feira, Goiás recebeu cerca de 136 mil doses de vacinas contra a Covid-19, mas a maior parte, em torno de 80 mil doses serão para a segunda aplicação nos grupos prioritários.

“Vamos conversar com representante da Metrobus, da Secretaria de Saúde. Desde que haja sinalização a greve será suspensa. O governador está sendo negacionista com o nosso lado”, destacou Reis.

“Não é na base da reivindicação e muito menos de atos que neste momento seriam inoportunos como greves. São profissionais que tem seu nível de exposição, mas o Ministério da Saúde ainda não os colocou como prioridade máxima para este momento. No ambiente de escassez existe a prioridade dentro da prioridade”, destacou o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino em entrevista nesta quinta-feira.