O Movimento jovem de políticas públicas (MJPOP) lançou na sexta-feira (12) um manifesto contra o aumento da violência entre crianças, adolescentes e jovens no Brasil. Segundo Reginaldo Silva, coordenador da ONG Visão Mundial, responsável pelo manifesto, o abaixo-assinado já teve a adesão de mais de três mil pessoas e o objetivo é que a pauta chegue aos planos de governo dos candidatos às eleições de 2022.

Assista à entrevista na íntegra:

“A ideia desse manifesto é poder pautar nesse momento que estamos iniciando as campanhas eleitorais e dizer que é importante que se tenha nos planos de governo, que tenha nas propostas daqueles que querem chegar a assumir o poder, propostas reais e concretas para a redução da violência letal contra crianças e adolescentes no país”, disse.

Intitulado de  Carta Aberta Sobre o Direito de Viver das Crianças, Adolescentes e Juventudes no Brasil, conforme Silva, o texto do manifesto foi produzido por adolescentes e jovens que estão nas periferias do país “As propostas nasceram desses adolescentes que vivem a realidade de sofrimento, ausência do poder público e de suas comunidades”, pontuou.

O coordenador da ONG afirmou que no manifesto eles pedem coisas básicas, como uma educação de qualidade, saúde, acesso à cultura e emprego. “É preciso investir nos espaços de lazer e cultura dentro das comunidades que esses adolescentes estão inseridos. Oportunidade de emprego e renda, investir no Jovem Aprendiz, nessa política que permite que o adolescente tenha acesso ao primeiro emprego”, disse.

Reginaldo Silva destacou que os jovens que vivem nas periferias estão numa situação de vulnerabilidade e de grande dificuldade, por isso pontuou a importância de oferecer oportunidades de caminho.

“Tudo que está ali e aparece como primeira oportunidade, os estudantes podem querer ir por aquele caminho. Então se tem outras chances, uma escola de qualidade, um posto de saúde atendendo as emergências, com prevenção a gravidez na adolescência, prevenção a doenças que são preveníveis, se você tem uma política de primeiro emprego, certamente a gente consegue reduzir a violência nesses lugares”, afirmou.

O coordenador da ONG Visão Mundial disse ainda que o movimento começou por conta desse cenário de violência no Brasil, principalmente entre crianças e adolescentes. Segundo o movimento, uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com a Unicef revelou que 35 mil crianças e adolescentes de 0 a 19 anos foram mortos de forma violenta no país entre 2016 e 2020, uma média de 7 mil por ano.

Silva relatou que se analisar os dados  do período de 2011 a 2019, o número de mortes ultrapassam 100 mil crianças e adolescentes assassinados no Brasil. “Não dá para viver num país onde mais de 100 mil adolescentes são assassinados a cada ano. Isso é inadmissível! Isso precisa fazer o nosso coração doer”, disse.

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