O promotor Fabrício Lamas detalhou à Sagres 730 nesta sexta-feira (18), a ação de investigação eleitoral por compra de votos com abuso de poder econômico e em benefício próprio, contra o prefeito eleito do município goiano de Cachoeira Alta, Dr. Rodrigo Mendonça (PDT) e o vice-prefeito, Eduardo Correa de Almeida, além do coordenador da campanha, Valteir Dantas.

De acordo com Lamas, na semana que antecedeu as eleições o Ministério Público Eleitoral recebeu diversas denúncias de práticas ilícitas eleitorais envolvendo a distribuição de combustível em quantidade superior à permitida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Na semana que antecedeu as eleições, nós já tínhamos começado a receber algumas denúncias narrando a situação. Por essa razão, a gente pediu o apoio da Polícia Civil que realizou uma averiguação e que constatou que pessoas estariam abastecendo, inclusive, levando galão e assinando nota em carros adesivados não vislumbrado nenhum pagamento”, afirmou.

O Ministério Público Eleitoral propôs ação de investigação, onde foram comprovados atos ilícitos. “Diante dessa situação, o Ministério Público representou ao juiz eleitoral da 97ª vara, o qual permitiu que fizéssemos busca e apreensão, que encontramos muitas irregularidades. Foram encontrados documentos que comprovavam ilícitos eleitorais muito semelhantes das duas chapas mais bem votadas, uma quantidade muito expressiva”

O promotor Fabrício Lamas revelou a Coligação de Mãos Dadas com o Povo, de Rodrigo e Eduardo, vencedora do pleito, estava distribuindo combustível em troca de apoio e voto. “Só de notas apreendidas foram 812”, afirmou. “Quanto a segunda chapa, apesar de uma quantidade menor, um fato gerou estranheza porque a pessoa cujo nome era utilizado, mora em São Miguel do Araguaia, que é a 800 km de Cachoeira Alta e que não possuía a menor ideia que seu nome estava sendo usado para realizar esses abastecimentos”.

De acordo com o promotor, a Promotoria Eleitoral espera que a ação seja julgada procedente para cassar os diplomas e mandados eletivos referentes às eleições de 2020 de Rodrigo Miranda Mendonça e Eduardo Correa de Almeida, determinando-se a realização de nova eleição e declará-los inelegíveis por oito anos, assim como Valteir, além da aplicação, aos três, de multa no maior patamar previsto em lei.

“O Ministério Público pediu para que os votos obtidos pelos envolvidos fossem anulados, para que todos os envolvidos que atuaram em ambos os casos, sejam declarados inelegíveis ao final do processo, que paguem a multa respectiva e também, pelo fato dos votos deles serem superiores a 50% dos votos, o Ministério Público também pediu que seja designada eleição suplementar pela Justiça Eleitoral”, completou.