Com o avanço da tecnologia, consequentemente, do Metaverso, as mulheres ainda lutam para ter seus espaços neste novo mundo digital. De acordo com o Infobase, em 2020, 21% das equipes de tecnologia do Brasil não havia uma mulher. Entretanto, neste mesmo ano, a contratação de mulheres aumentou 12%.
No Brasil, a SuperGeek, escola de Programação e Robótica para crianças e adolescentes, é a única escola do país a ter um espaço no metaverso para interagir com os alunos e que conta com uma liderança feminina. Vanessa Ban, formada em Letras, fundou a SuperGeeks em 2014 ao lado de seu marido, Marco Giroto.
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Desde 2019, a empreendedora se mantem como CFO (Chief Financial Officer) da marca SuperGeeks. No mesmo ano Cássia Ban assumiu o cargo de CEO deixado por Marco Giroto. A terceira mulher a assumir cargo de liderança ocorreu em 2022. Este ano foi a vez de Tatiana Shiozaki. Pós-graduada em Gerenciamento de Projetos, ela aceitou o desafio de ajudar no crescimento da marca no Brasil e no exterior, assumindo o cargo de COO da SuperGeeks no país.
Na escola de robótica, elas reforçam a importância do metaverso e da educação infantil, principalmente para as meninas. Mas e o papel das mulheres neste cenário em 2022? Segundo o relatório de junho de 2022 da McKinsey sobre a atuação das mulheres no metaverso e no setor de tecnologia, elas representam ainda uma minoria na economia nesse setor. Tanto como empreendedoras quanto nos papéis de CEO no espaço do metaverso. Esse espaço ainda é reservado aos homens.
“Não se trata de exclusividade do metaverso, mas sim da área de tecnologia como um todo. As mulheres são minoria nas carreiras de exatas. Não se sabe exatamente o motivo, mas acredito que possa ser cultural”, destaca Cássia Ban.
A CEO ressaltou que a criação das meninas pode ser um fator que as deixe de fora do mundo da tecnologia. “Enquanto elas ganham bonecas e jogos de panela na infância, os meninos ganham carrinhos de controle remoto, videogames e eletrônicos”, argumentou. Para ela, as meninas ainda são criadas e estereotipadas, desde a infância, a fazerem tarefas domésticas.
“Meninas, geralmente, não são chamadas pelas famílias para realizar peripécias que envolvam, por exemplo, ajudar um parente a arrumar o carro, desmontar um liquidificador para saber o que tem dentro e entre outros exemplos. Existe um forte movimento nos Estados Unidos para inserir as meninas em carreiras de exatas e tentar mudar este cenário, mas a mudança precisa acontecer também dentro de casa, em um ambiente em que a sociedade também compreenda que lugar de mulher é onde ela quiser”, comentou Cassia.
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Para apoiar o empreendedorismo feminino, o principal objetivo da escola é fazer com que as alunas e alunos dominem habilidades do século XXI, como o metaverso. “Mostrar o valor do que ensinamos para essas crianças e jovens que entram na SuperGeeks sem saber o que é lógica de programação e, após alguns anos, até mesmo meses, saem como programadores, com empregos conquistados através do que ensinamos, é gratificante, emocionante e faz tudo valer a pena”, salientou Tatiana Vieira Shiozaki Barros.
Em busca do protagonismo feminino no mercado da tecnologia em um todo, uma das soluções para mudar a realidade atual é através da educação de base, ainda na infância, e dentro de casa. “Essa mudança cultural precisa ocorrer dentro de casa e também nas escolas. Assim como meninas e mulheres que já atuam na área precisam incentivar ao máximo, servir de exemplo e mostrar para todas as meninas que essa é uma área promissora também para elas”, reforçou Cássia.
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