Mulheres representam 58,4% das matrículas no ensino superior. O dado faz parte dos resultados divulgados pelo Mapa do Ensino Superior, publicação organizada pelo Instituto Semesp, que utiliza dados de outras instituições relevantes no âmbito de pesquisas como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

Ainda segundo a publicação, existem 5,24 milhões de alunas matriculadas nas instituições de Ensino Superior brasileiras. Além disso, 79,4% estão matriculadas em IES privadas.

Comparativo

O Mapa do Ensino Superior também disponibiliza o comparativo correspondente a dez anos, elegendo os anos de 2011 e 2021 como referenciais. Nesse sentido, o número de mulheres nas instituições públicas de Ensino Superior foi o único que apresentou queda.

Mapa do Ensino Superior analisa proporção de homens e mulheres matriculados nas IES em 2011 e em 2021 (Imagem: Reprodução/Semesp)

“Temos ainda uma cultura bastante machista que dificulta a vida dessas mulheres. Eu penso que todo movimento afirmativo, em prol da educação antirracista e da inserção desses sujeitos nas universidades tem melhorado sim. Mas, ainda temos muito a lutar”, destacou a pesquisadora e doutora em História Social, Iraneide Soares da Silva.

Desigualdades

Apesar do número expressivo no contingente total de matrículas nas instituições de Ensino Superior, o Mapa apontou desigualdades persistentes no acesso das mulheres a determinados espaços. A publicação aponta como um desafio a inserção de mulheres em cursos ligados à Tecnologia de Informação (TI), por exemplo.

Nesse sentido, apenas 16,5% das matrículas nesse setor eram de mulheres, em 2021, ano de referência do estudo. De maneira mais específica, o curso de Redes de computadores, por exemplo, conta apenas com 8,3% de participação feminina. 

Apesar de serem maioria nas salas de aula, é importante relacionar outros fatores que se somam à realidade vivenciada por mulheres enquanto estudam. Tais diferenças são estruturais e começam logo na infância, quando os direitos das meninas à educação são comprometidos por outras atribuições. 

Segundo dados do IBGE, mulheres acima de 14 anos dedicam 10,4 horas a mais por semana do que os homens para a realização de afazeres domésticos.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade

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