Um dos jogadores mais experientes em atividade no país, o atacante Frontini defende em 2020 seu 33º time da carreira. Depois de conquistar o acesso da segunda para a primeira divisão do Campeonato Goiano com o Jaraguá no ano passado, o atleta se transferiu para o Treze da Paraíba para a disputa do estadual e também da Série C do Brasileirão.
Apesar de estar longe fisicamente, o centroavante não deixa de acompanhar o Gavião da Serra e nem mesmo o Vila Nova, clube que fez história principalmente nas temporadas de 2013 e 2015.
“Sobre o Vila Nova, de vez em quando eu converso com o Francesco e ele passa algumas informações, cheguei a conversar com o Hugo (Bravo) que é um amigo meu e presidente. A gente acompanha, vi que o time teve uma reação boa agora no final com a chegada do Bolívar. Por outro lado o Jaraguá foi uma surpresa bacana, eles prepararam para viver esse momento. De acordo com a conversa que tivemos no ano passado o primeiro objetivo era a permanência, mas eles vêm obtendo sucesso”, revelou à Sagres 730.
Com a camisa colorada disputou 72 partidas e marcou 26 gols, sendo considerado o última grande artilheiro a defender o Tigre. Desde sua última passagem em 2016, o clube sofre para encontrar um centroavante, sendo destaque negativo pelos números ruins de seu sistema ofensivo. No entanto, na visão de Frontini, o problema não foi a qualidade dos atletas contratados.
“Eu acho que tiveram grandes jogadores, mas as coisas não aconteceram. O Vila até teve bons momentos brigando por série A dois anos consecutivos, chegando em final do Campeonato Goiano, mas são coisas do futebol. Não é fácil jogar no Vila Nova, realmente é uma pressão muito grande. Por isso eu sempre falo que quando vai ter algum tipo de critério para contratar jogador, o primeiro passo é saber se vai suportar pressão, se já está acostumado a esse tipo de clube e se já passou por essa situação. Vi grandes atletas passarem no Vila e não conseguirem jogar por essa pressão”, analisou.
Coincidentemente, nesta temporada, o centroavante terá a chance de enfrentar pela primeira vez o clube onde viveu a melhor fase de sua carreira. Tanto o Treze-PB quando o Vila estarão no mesmo grupo da Série C e devem duelar nas rodadas finais da fase inicial.
“O primeiro passo é voltar o futebol e terminar o campeonato estadual, que para nós é importante e dá vaga para a Copa do Brasil e Copa do Nordeste do ano que vem. Além do mais o jogo contra o Vila é penúltimo da primeira fase, então muita coisa vai acontecer. Todavia é lógico que será muito gratificante voltar ao lugar onde sempre fui bem recebido e muito feliz. Vou ser eternamente grato”, projetou o camisa 9.
Além da artilharia, Frontini balançou as redes em partidas decisivas e foi fundamental para os dois acessos colorados das terceira para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro em 2013 e 2015. Pelo bom retrospecto, ele não descarta um retorno ao Onésio Brasileiro Alvarenga.
“Pode ser que um dia eu volte. Claro que pela minha idade muita gente contesta se eu volto ou não, alguns já dão como descartado, mas no futebol as coisas acontecem muito rápido e tudo pode acontecer (…) Quando o jogador vai muito bem em um clube sempre tem essa vontade. Todo atleta que é vitorioso, conquista títulos e faz gols, é natural voltar. É coisa do futebol”, destacou.
Frontini insta vila
Frontini conquistou 2 acessos pelo Vila Nova (Comunicação/VNFC)
Apesar do carinho pelo Vila Nova, o atacante garante estar focado em subir de divisão mais uma vez. Na visão do jogador, seu atual time têm grandes chances e vai brigar por uma vaga na Série B de 2021.
“A Série C é muito em aberto, o espaço entre o acesso e o rebaixamento é muito curto, então tudo pode acontecer. Sendo assim você não pode descartar ninguém, sempre tem uma surpresa. Nós aqui estamos nos preparando muito forte para conseguir essa classificação e vamos sim conseguir esse acesso dentro de campo. Vamos colocar o time na Série B do ano que vem, mas sabemos que precisamos de muito trabalho para isso”.
Com 38 anos de idade, Frontini ainda tem objetivos na carreira e não definiu quando irá ‘pendurar as chuteiras’. Entretanto já começa a pensar no futuro fora das quatro linhas. O atleta não descarta virar treinador, mas revelou ter outros objetivos e já estar se preparando para concretizá-los.
“Estou estudando para a parte executiva, ser gerente de futebol e trabalhar no comando do lado de fora do campo. Estou me preparando para isso, já terminei um curso na Universidade do Futebol e vou fazer também os cursos da CBF na parte de gestão. Esse é o meu principal foco. Se eu vou ser técnico ou não, não sei, mas meu objetivo é essa parte extracampo, acredito que me encaixo melhor nessa função”, afirmou.
Por fim, o atacante afirmou à Sagres 730 estar ansioso para a retomada das atividades esportivas no país e que se sentiria seguro sim caso isso acontece ainda este mês.
“A princípio sim (seguro). Não pode liberar para o público, tem que ser portão fechado, mas não vejo nada anormal marcar os jogos no final do mês. Até porque a gente vê muito mais gente na rua hoje do que em casa. Quem não está trabalhando, está jogando bola, se encontrando, fazendo churrasco e esse contato está acontecendo. Muitas pessoas fingem que estão em casa”, finalizou.
Ouça na íntegra a entrevista de Frontini à Sagres 730 e relembre três gols marcantes do atacante com a camisa do Vila Nova: