As  provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão aplicadas nos dias 13 e 20 de novembro. Além do preparo intelectual, o emocional também exige preparação e a participação da família é um apoio importante.

“Eu costumo brincar que não é só o filho vestibulando, é uma família vestibulanda. Porque todo mundo sofre junto, dá risada junto, torce junto”, diz a mestra em aprendizagem de vestibulandos e especialista em inteligência emocional e neurociência, Fernanda Leal.

A especialista compara a posição dos pais nesse processo preparatório ao de um técnico de um time de futebol e garante que o lugar dos pais é o pior.

“Porque no caso de um técnico de um time de futebol, se o técnico der uma orientação ele vai ser ouvido e não é isso que acontece quando os pais vão dizer alguma coisa a respeito da preparação dos filhos”, explica. 

Fernanda faz um alerta para a ansiedade dos estudantes e também das famílias. Segundo a especialista, a junção de expectativa e cobrança pode gerar um grande problema que é a dificuldade de comunicação.

“Se essa galera toda tiver conseguindo se comunicar bem, eles tem muito mais condição de se apoiar e a jornada que é desafiadora, ela será um pouquinho mais leve”, garante.

Para a especialista em inteligência emocional, é essencial que pais e filhos mantenham uma boa comunicação neste período.

“A parte mais importante é a comunicação. O que mais chega para mim de reclamação ou de preocupação é o fato de que “meu filho não me conta”, “meu filho não fala”, “eu não sei o que está acontecendo”, “eu não sei se está estudando, se não está”, “se realmente está preparado ou não”. O ideal é que essa comunicação já acontecesse antes”, pontua.

Fernanda Leal explica que se os pais não possuem o hábito de conversar com os filhos sobre, estudos, sonhos, rotina e desejos, pode soar uma cobrança se o questionamento aparecer num momento de ansiedade, como é a preparação para as provas de vestibulares.

“Vai faltar intimidade na comunicação. Então a parte mais importante é que essa comunicação exista. Se essa comunicação, ela já foi diminuindo, ela foi esfriando à medida em que essa criança chegou na fase da adolescência, a primeira coisa a se fazer é abrir espaço para isso e permitir que o adolescente fale”, esclarece.

Fernanda Leal argumenta que não é necessário que os pais eduquem os filhos o tempo todo. Ela explica que muitas vezes os pais podem se colocar à experiência de apenas ouvir.

“Porque se toda comunicação que chega do outro lado eu vou ouvir com o lugar de “olha eu não posso perder um segundo para educar esse menino”, e eu pegar cada um desses momentos e transformar uma comunicação, uma fala corriqueira em um sermão, eu vou afastar, a comunicação vai deixar de existir. E ao meu ver, nada é mais grave dentro de uma educação de um adolescente em casa do que pais e adolescentes que simplesmente não conversam. Se não existe diálogo, não dá pra fazer ideia do que está acontecendo do outro lado”, finaliza.  

Confira a entrevista completa a partir de 04:02

Leia mais: