O Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública de Goiás para Enfrentamento ao Coronavírus deliberou por manter suspensas as aulas presenciais no Estado. O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia, Flávio Roberto de Castro, disse à Sagres 730 nesta quinta-feira (20) que não discute a questão da saúde, porém questiona que apenas as escolas estão cumprindo o isolamento social.

“Os índices não permitem, de acordo com a avaliação do Centro de Operações Emergenciais, a volta das aulas em setembro. Foi deliberado no COE, temos que aguardar quatro semanas para analisar dois itens principalmente, a questão dos leitos de UTI até 75% e o índice de mortes”, explicou. “O que me preocupa e eu disse no COE, é que eu tenho uma dificuldade muito grande de explicar para os pais, alunos e diretores que andam na cidade de Goiânia, porque quem está cumprindo o isolamento social são só as escolas, é fácil, por um decreto você trancar as escolas e não deixe que ela volte as aulas”, analisou.

Com as regras estabelecidas pelo COE nesta quarta-feira (19), dificilmente as aulas presenciais retornarão em Goiás em 2020. A decisão, de acordo com a SES, fundamentou no cenário epidemiológico da Covid-19 no Estado, que ainda torna inseguro o retorno das aulas neste momento. A retomada está condicionada na análise de dois indicadores: (1) queda sustentada de 15% no registro de óbitos, mantendo essa tendência de redução por, no mínimo, quatro semanas consecutivas; e (2) manter uma taxa de ocupação hospitalar em UTI inferior ou igual a 75%.

“Então eu me preocupo, acho uma incoerência, não estou defendendo a volta as aulas, estou dizendo que o único seguimento que está pagando com essa questão do isolamento é a educação, todos outros seguimentos abriram e todos estão vendo. Então essa situação, pela maneira que está sendo colocada, vai perdurar não é só até dezembro não, vão deixar as escolas trancadas até quando for possível, e essa curva vai ficar no ‘platô’”, ressaltou Flávio Roberto.

Além disso, o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia, não há movimento das autoridades de ajuda ou de somar esforços para a questão das escolas particulares. “Pelo contrário, hoje será aprovado a tarde na Assembleia Legislativa um Projeto de Lei que quer reduzir as mensalidades em 30%”, lembrou. “Eu não estou vendo por parte de nenhuma autoridade uma preocupação com esse seguimento. Nós vamos ter um caos na educação, quando for possível voltar as aulas nós não teremos escola, nós estamos arrastando para pagar a folha de pagamento […] Estou vendo uma cruzada contra escola particular, parece que somos os vilões da situação. Isso me preocupa muito”, disse.

O Projeto de Lei que pretende reduzir a mensalidades da rede privada de ensino é tema de debate na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A proposta original do deputado Amauri Ribeiro (Patriota), que estipulava a redução no valor de 30% das mensalidades. A votação da matéria não foi concluída e o debate será retomado na próxima sessão ordinária da CCJ, nesta quinta-feira (20), às 14h.