O vídeo parcialmente liberado nesta sexta-feira (22) pelo ministro Celso de Mello do Supremo Tribunal Federal (STF) referente à reunião ministerial do último dia 22 de abril repercute nas redes sociais.

O ministro é relator do inquérito sobre a suposta interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF). A reunião foi citada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro durante depoimento prestado à PF, no início do mês, como suposta prova da interferência do chefe do Executivo na corporação.

No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) publicou o bordão “Brasil acima de tudo” seguido de um emoji da bandeira do Brasil.

A deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) também foi às redes sociais e publicou: “Senhoras e senhores, a reunião que mudará a República”.

Em outra publicação, a deputada faz elogios a uma declaração do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, feita durante a reunião. “A gente está conversando com quem a gente tinha que lutar (…) não pode ter ministro achando que é melhor que o cidadão” @AbrahamWeint Que orgulho!”, tuitou.

Em outra publicação, Zambelli destaca uma fala do presidente da República sobre armar a população para que não seja escravizada.

Quando pediu demissão, no dia 24 de abril, Moro vazou trechos de conversas que manteve com Bolsonaro e com Zambelli. As imagens das conversas foram divulgadas pelo Jornal Nacional, da TV Globo, e mostram diálogos sobre a troca no comando da PF.

Nas mensagens trocadas com o então ministro da Justiça, a deputada pede que Moro aceite a indicação de Alexandre Ramagem para o comando da PF e diz que “se compromete a ajudar a fazer o JB prometer” a indicação do ex-juiz ao Supremo Tribunal Federal (STF). JB é a sigla para Jair Bolsonaro.

Oposição

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) destacou uma das frases de Jair Bolsonaro no vídeo, que indicaria uma suposta tentativa do presidente de interferir politicamente na Polícia Federal para proteger a famílias de investigações. “Eu não vou esperar f* a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meus, pq eu não posso trocar alguém da Segurança na ponta da linha. Vai trocar.” Em seguida, o parlamentar diz que o chefe do Executivo acaba de fazer uma “CONFISSÃO” com letras garrafais.

O governador de São Paulo, João Dória (PSDB) que foi xingado pelo presidente no vídeo, também se posicionou. “O Brasil está atônito com o nível da reunião ministerial. Palavrões, ofensas e ataques a governadores, prefeitos, parlamentares e ministros do Supremo, demonstram descaso com a democracia, desprezo pela nação e agressões à institucionalidade da Presidência da República”.