O Boletim Alimentação Sustentável é um espaço para reflexão e produção de conhecimento sobre os sistemas alimentares. Neste período de festas, em que comer faz parte de um ritual que compartilhamos com parentes e amigos, uma de nossas preocupações é com a quantidade e principalmente a qualidade do que ingerimos. Confira nesta seleção que fizemos algumas dicas saudáveis que podem lhe acompanhar não só nas festas como também durante todo o novo ano, que vai começar em breve.

Uma dieta saudável depende só dos alimentos?

Você é o que come. Essa frase é sempre muito usada e pode até parecer ultrapassada, mas ela é muito mais importante do que se imagina. A cultura, características individuais e regionais são fundamentais para a construção de um padrão alimentar saudável e sustentável.

“De forma geral, esses padrões são baseados em alimentos in natura e minimamente processados, ou seja, aqueles mais próximos de como encontramos na natureza e que costumamos chamar de ‘comida de verdade’. É o caso das frutas, legumes, verduras, do arroz e feijão e outros cereais e leguminosas, além dos ovos e carnes não processadas“, diz a pesquisadora Nadine Marques da Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, em entrevista ao Jornal da USP.

Ela ainda acrescenta que alimentos pouco processados podem estar presentes, como queijos e pães, em quantidades moderadas. Porém, os ultraprocessados devem ser evitados.

Consumo de carne e suas consequências

No mundo todo é possível observar um aumento da quantidade de pessoas que evitam comer carne ou que aderem a padrões alimentares veganos ou vegetarianos.

A discussão sobre se comer carne pode realmente fazer mal está bastante presente no estilo de vida com menor impacto ambiental e econômico. Comer carne, por si só, não faz mal, já que a carne é um alimento rico nutricionalmente e possui muitos nutrientes importantes para a nossa saúde. O problema é o consumo de carne em excesso, especialmente a carne vermelha e a processada.

A ingestão elevada desses alimentos pode aumentar o risco de algumas doenças como as do coração, alguns tipos de câncer, diabete e obesidade, que são as doenças também que mais matam no Brasil e no mundo.

Neste boletim, conversamos com Aline Martins de Carvalho, professora e pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública da USP, para abordar a nova tendência de redução do consumo de carne.

Como evitar os alimentos ultraprocessados que parecem saudáveis?

Você já parou para pensar que pode estar ingerindo um alimento ultraprocessado, pensando que ele é uma opção saudável? Pesquisas revelam que, cada vez mais, os brasileiros estão consumindo alimentos ultraprocessados. Isso é muito comum, ainda mais com uma rotina atribulada e cheia de compromissos.

Mas existem aqueles que, mesmo sem tempo de preparar uma refeição, optam por alimentos prontos que parecem – ou se dizem – saudáveis, na intenção de fugir dos que fazem mal. Um bom exemplo são os alimentos que compõem o café da manhã, como as barras de cereais, iogurtes funcionais saborizados e adocicados, peito de peru, cremes de queijo tipo requeijão, pão de forma integral ou branco, entre outros. Porém, não se limitam a apenas essa refeição.

Camila Borges, do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP, explica como escapar dos ultraprocessados que parecem saudáveis, mas não são.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 03 – Saúde e Bem-Estar

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