Na edição do programa Toque de Primeira desta segunda-feira (18), um dos principais temas de discussão foi sobre a polêmica no jogo entre Corinthians e Vasco pela 24ª rodada do Brasileiro Série A, que acontece no domingo (17). O time paulista venceu, em casa, o time carioca pelo placar de 1 a 0. Até aí, tudo bem. Mas o gol, que foi marcado pelo artilheiro Jô, foi feito com a mão. E a arbitragem aceitou.

Em um clássico paulista entre Corinthians e São Paulo nesta edição do Brasileiro, Jô levou cartão amarelo em uma falta que, não havia cometido, mas o árbitro não viu. O zagueiro do São Paulo, Rodrigo Caio, foi até o juiz e o avisou da injustiça que havia cometido. O árbitro então voltou atrás e retirou o cartão amarelo que havia aplicado ao atacante.

Muito se falou do caráter do atacante do Corinthians e também das polêmicas que envolvem o Campeonato Brasileiro deste ano. Com esta situação, a CBF determinou que a partir da próxima rodada da competição, o árbitro de vídeo começará a valer. A nossa reportagem entrou em contato com Elmo Resende, árbitro central do jogo Corinthians x Vasco, onde o profissional comentou o lance e também o que acha deste recurso.

“Como todos perceberam, foi um lance extremamente ajustado, uma dificuldade muito alta em que ver o lance em movimento, e ainda tivemos a infelicidade que até trave atrapalhou para a decisão certa. Tendo em vista todas essas dificuldades e ajustamento, ontem mesmo já fizemos relatório para a comissão de arbitragem. E estou acompanhando pela imprensa que o árbitro de vídeo vai sair da gaveta e virá nos ajudar, auxiliar porque ninguém quer errar, somos seres humanos e erramos. Se temos esta oportunidade de contar com este recurso, será muito louvável. Um lance teve uma repercussão tão negativa, mas até lá estávamos muito bem”, afirmou.

Quem também falou com a nossa reportagem sobre o árbitro de vídeo foi Coronel Júlio César Mota, responsável pela comissão de arbitragem goiana. Júlio falou primeiro se a CBF já informou às comissões sobre esta alteração que ocorrerá no Campeonato Brasileiro a partir da próxima rodada.

“Ainda não. Na verdade, desde o ano passado se discute esta idéia. Mas o maior empecilho era quem bancaria o custo do árbitro de vídeo, uma vez que realmente está na casa dos milhões. Em um último encontro tratamos que este recurso seria para 2018 ou faríamos um teste nas semifinais da Copa do Brasil, o que não foi possível justamente pelo custo. Mas acredito que é uma questão de tempo termos o árbitro de vídeo inserido no contexto do futebol”, destacou.

Júlio também explicou à reportagem da 730 sobre como será o funcionamento do recurso de árbitro de vídeo.

“O árbitro de vídeo não trata de questões interpretativas, de falta ou não falta. São lances capitais em que tese já está inserido na regra a questão do gol ou não gol através do dispositivo eletrônico. A questão de dentro da área ou fora da área e esse de mão ou não mão será tratado pelo árbitro de vídeo. Acredito que tudo aquilo que for utilizado para que dê transparência e que prevaleça o resultado legítimo é válido. Uma pena que não podemos falar com tanta tranqüilidade no fair play, já que, imagino eu, dificilmente um atleta vai fazer gol com a mão e falar que não se isso realmente aconteceu. Isso é brincar com a nossa inteligência, já que não existe o fair play, acho que o árbitro de vídeo vem para que o resultado legal prevaleça”, explicou.