A deputada estadual Adriana Accorsi (PT) concedeu uma entrevista exclusiva à Rádio 730 nesta segunda-feira (01). Durante o diálogo com Cecília Barcelos e Eduardo Horácio, a parlamentar analisou a PEC dos gastos estaduais que tramita na Assembleia Legislativa e comentou sua eleição como presidente do diretório metropolitano do PT.

A deputada, que deve tomar posse enquanto presidente do diretório ainda neste mês, garante que o PT trabalhará para reeleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2018. “Eu pretendo realmente buscar unir o partido aqui em Goiânia novamente e também retomar um contato maior com os movimentos sindicais, voltar às raízes do Partido dos Trabalhadores. Queremos resgatar as coisas boas que o PT fez nos últimos anos para os trabalhadores brasileiros porque o nosso objetivo é fortalecer a candidatura de Lula à presidência em 2018”, resume Accorsi.

Além disso, em referência ao dia do trabalhador, Adriana Accorsi fez críticas às reformas trabalhista e da previdência e defendeu as manifestações da última sexta-feira (28), na qual trabalhadores e entidades da Sociedade Civil de todo o país se uniram em protesto contra a reforma. “Estavam ali idosos, crianças e pessoas de todas as idades. Não era uma manifestação do meu partido, estavam ali também parlamentares de outros partidos como por exemplo, a Isaura Lemos”, esclarece a deputada.

Durante a manifestação, o estudante do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG), Mateus Ferreira, foi agredido por policiais e desde então está hospitalizado em estado grave no Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO). O estudante sofreu traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas no rosto.

Segundo Accorsi, a truculência é uma conduta condenada pela maior parte dos policiais. “Foi um ato extremamente violento e desnecessário. Se esse jovem cometeu algum delito, o que eu particularmente não vi no vídeo, ele deveria ter sido preso e jamais atingido daquela forma. Não é isso que é ensinado aos policiais. Eu sou policial há quase 20 anos e não acredito que uma vitrine quebrada valha mais do que uma vida”.

PEC dos gastos estaduais

Tramita na Assembleia Legislativa o projeto de lei nº 3548/16, do Governo do Estado, que implanta o Novo Regime Fiscal no Estado de Goiás, limitando os gastos da Administração Pública até o ano de 2026.

A proposta tem gerado divergências entre os deputados. No intuito de aprovar o projeto, o relator da PEC, Gustavo Sebba acatou no mês passado cerca de 11 emendas ao texto original.

Entre as emendas acatadas, está a diminuição do prazo para revisão ou revogação do Novo Regime Fiscal, firmada pelo Governo para 2022 e modificada por parlamentares para 2020 (três anos após o início da vigência).

O texto também foi mudado no que diz respeito ao estabelecimento de limite de despesa de cada Poder ou órgão da Administração. Antes o limite estava atrelado à despesa corrente do exercício anterior acrescido da variação do Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) ou da Receita Corrente Líquida (RCL), o que fosse menor. Agora as instituições poderão optar pela maior variação.

Adriana Accorsi analisou a PEC e disse que o momento sócio-político vivenciado no estado demanda um aumento de investimentos em setores como saúde e segurança pública e que o limite dos gastos traria prejuízos para a população. “Em um estado que está sofrendo com a segurança como nós estamos, não investir em educação, em segurança e saúde é um ato muito grave. Nós somos contra essa PEC e estamos lutando para que ela seja retirada e que novas formas de economia sejam pensadas”.

Confira a entrevista na íntegra:

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