A Universidade Federal de Goiás (UFG) realizou nova expedição do projeto Araguaia Vivo 2030 com foco na educação ambiental da comunidade local para a conservação da bacia do Rio Araguaia. 

A UFG esteve no local no ano passado com uma equipe do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (Lapig-UFG) e pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Estadual de Goiás (UEG).

A edição passada avaliou a qualidade da água e do solo na região do Rio Araguaia. Este ano, ela ocorreu em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e  a Tropical Water Research Alliance (TWRA). Portanto, a expedição esteve no famoso destino turístico para ações voltadas à pesquisa e à conservação da bacia.

A doutora em Ciências Ambientais, Mariana Pires de Campos Telles, e o estudante Igor Souza, que realiza pesquisa no Lapig, fizeram parte da equipe que esteve no Rio Araguaia em fevereiro. Segundo Telles, o projeto é uma demanda de dados sobre o Rio Araguaia dentro de uma pesquisa sobre recursos hídricos que já está em andamento em outras regiões do Brasil.

Comunidade local

O principal aspecto da expedição deste ano está na capacitação da comunidade local para a conservação da bacia do rio. Mariana contou ao Jornal UFG que houve capacitação em atividades de turismo, pesca e observação de aves. 

“A ideia é envolver a população da região para conseguirmos mudar um pouco essa ligação com a questão da biodiversidade e da conservação dos recursos hídricos. Afinal de contas, eles são os principais atores relacionados ao uso cotidiano da região”, explicou.

O engajamento da população animou os pesquisadores, por isso, um dos focos estava na promoção de uma educação ambiental. A especialista citou que o projeto se associou a atividades como torneio de pesca esportiva. Além disso, está desenvolvendo a ideia de um projeto chamado Ciência Cidadã, para auxiliar a população na pesca sustentável.

Araguaia Vivo 2030

O projeto Araguaia Vivo 2030 se inspira na agenda ambiental que coloca diversos prazos das metas em relação às mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável para este ano. Telles explicou que a iniciativa visa entregar projetos de políticas públicas para os órgãos oficiais. 

“Estruturamos as 11 atividades que estão sendo desenvolvidas no projeto e a ideia é que possamos levantar rapidamente essas informações para devolvê-las logo em seguida, para que possamos entregá-las aos órgãos da sociedade que tomam decisões e implementam políticas públicas. A ideia é que a gente consiga compatibilizar conservação e desenvolvimento, porque é isso que precisamos manter “, disse.

Os pesquisadores ficaram 30 dias na região e percorreram cerca de 3 mil km ao longo do Rio Araguaia. Eles coletaram amostras e agora estão validados as metodologias para realizar a pesquisa numa escala maior. 

“A ideia é levantar essas informações para tornar esses dados públicos para desenvolver a conservação, uma vez que a água é o recurso primordial para todas as atividades econômicas e a nossa subsistência”, contou Mariana.

Auxílio de drones

Assim como na expedição “Araguaia Vivo 2023”, a edição deste ano teve a participação do estudante de Ciências Ambientais, Igor Souza, no mapeamento com drones. Com a ferramenta, a equipe conseguiu analisar cerca de 150 lagoas.

Ainda este ano, a equipe tem planos de percorrer a região por terra e levantar informações sobre as aves. Mas a coordenadora já confirma que a terceira edição do Araguaia Vivo 2030 deve ocorrer em meados de fevereiro de 2024.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 04 – Educação de qualidade e o ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática.

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