Um sistema que usa algoritmos de Inteligência Artificial (IA), capazes de reconhecer em amostras de plasma sanguíneo um padrão de moléculas característico da Covid-19, foi divulgado por pesquisadores brasileiros.

O projeto é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e envolve pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP), além de colaboradores no Amazonas.

O professor da Unicamp e coordenador da pesquisa, Rodrigo Catharino, explicou à Sagres TV que essa é a única tecnologia que, além do diagnóstico dos casos, mostra os indivíduos com maior risco de desenvolverem manifestações graves, como insuficiência respiratória.

“A plataforma dá uma maior segurança para os profissionais de saúde, dizendo se o paciente pode ser tratado em casa, ir para uma enfermaria, ou ser imediatamente levado a uma UTI, e tudo isso é possível dizer em basicamente em 20 minutos”, esclareceu.

No entanto, o coordenador da pesquisa afirmou ainda que essa tecnologia não foi feita, especificamente, para a Covid-19. “Nós estávamos trabalhando com vários tipos de doença, mas como houve essa emergência, fizemos com que a nossa pesquisa se voltasse totalmente para os casos do coronavírus”, disse.

Rodrigo Catharino ressaltou que a plataforma pode ser utilizada para outras doenças. “Uma tecnologia rápida, de custo baixo e certa de conseguir encontrar marcadores de outros processos e de outras doenças. O que nos deixa mais felizes é o fato dela ser inteiramente desenvolvida com tecnologia nacional”, destacou.

O sistema, que usa algoritmos de inteligência artificial, só foi possível graças a um processo e de investimento na ciência e no grupo de pesquisa. Ele explicou ainda que tanto o algoritmo como o próprio desenvolvimento da plataforma não foram elaborados unicamente nesse ano.

“Já existem tecnologias pré-prontas para ter a possibilidade de agir mais rápido quando ocorre um caso emergencial, como a pandemia por exemplo. O nosso grupo de pesquisa existe há 12 anos e há seis nós entramos nessa área de diagnóstico. Desde então, começamos a procurar biomarcadores que pudessem caracterizar o estado doente, que nós chamamos de estado fisiopatológico”.

Confira na íntegra a entrevista com Rodrigo Catharino no Tom Maior #83