Vereador, deputado estadual, governador, senador, ministro, prefeito. Todos estes cargos já foram, em algum momento dos últimos 62 anos de carreira política, ocupados por Iris Rezende.

Aos 86 anos, Iris anunciou em pronunciamento nesta terça-feira (15) que não será candidato à reeleição para a Prefeitura de Goiânia, na qual concorreria a um quinto mandato, e que encerrará a carreira em 31 de dezembro de 2020.

O Sagres Online separou os principais momentos da carreira política do goiano de Cristianópolis Iris Rezende Machado, nascido aos 22 de dezembro de 1933.

Vereador e deputado

O primeiro deles foi em 1958, quando Iris foi eleito vereador por Goiânia. Ele foi o candidato mais votado da história da capital. À época, disputou o pleito pelo PTB.

No ano seguinte, foi eleito presidente da Câmara Municipal. Em 1960, o vereador Iris já experimentaria o cargo de prefeito, interino, posto que ocupou por 15 dias. À época, Goiânia era governada por Jaime Câmara (PSD), o nono prefeito da história da capital.

O PSD foi o partido pelo qual o jovem Iris disputou o cargo de deputado estadual, e conseguiu se eleger, em 1962, aos 28 anos. Completaria 29 em dezembro daquele ano. Em 1964, foi eleito presidente da Assembleia Legislativa no governo Mauro Borges (PSD).

Prefeito

Em 1966, aos 32 anos, Iris foi eleito prefeito de Goiânia pela primeira vez, já pelo PMDB. No entanto, permaneceu no cargo até 1969, quando teve o mandato cassado pela ditadura militar, e seus direitos políticos suspensos por dez anos.

Governador, ministro e senador

Treze anos depois, o retorno a um cargo político. Iris foi eleito governador de Goiás em 1982 com 70% dos votos. Dois anos depois, renunciou ao cargo para ser ministro da Agricultura no governo de José Sarney.

Iris Rezende disputou novamente o posto de governador de Goiás em 1990, e foi eleito para o cargo pela segunda vez. Em 1994, elegeu-se senador da República.

Em 22 de maio de 1997, iniciou a gestão à frente do Ministério da Justiça no primeiro governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), posto que ocuparia até 1º de abril de 1998.

A primeira derrota

A primeira derrota em uma eleição só ocorreu no mesmo ano, quando foi derrotado por Marconi Perillo na disputa pelo Palácio das Esmeraldas. No entanto, Iris continuou com o cargo de senador.

Quatro anos depois, em 2002, Iris concorre à reeleição no Senado, mas vê Demóstenes Torres e Lúcia Vânia vencerem o pleito, ficando então, sem mandato.

Prefeito

Em 2004, aos 70 anos, Iris voltou a disputar o Paço Municipal, e foi eleito no segundo turno com 56% dos votos válidos, quase 350 mil, derrotando Pedro Wilson, do PT, que tentava a reeleição.

Nas eleições municipais de 2008, Iris foi reeleito prefeito na coligação Goiânia em Primeiro Lugar. Era o início de seu terceiro mandato à frente da capital goiana.

Nova derrota

O vice-prefeito Paulo Garcia (PT) assumiria o cargo em 2010, quando Iris deixaria o Paço para disputar novamente o governo do Estado. Marconi Perillo venceu mais uma vez, de novo no segundo turno com o peemedebista.

Iris seria derrotado novamente em 2014 na disputa pelo governo do Estado, mais uma vez por Marconi Perillo.

Justiça

Ainda em 2010, a Justiça de Goiás cassou os direitos políticos de Iris Rezende por três anos, por suspeita de improbidade administrativa. Em 2008, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) pediu a condenação do político por entender que houve violação de licitação na contratação de uma empresa de publicidade em 2006, época em que o peemedebista era prefeito de Goiânia.

Na decisão, o juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal analisou que houve ilegalidade no contrato porque não ficou caracterizada emergência que justificasse a necessidade imediata ou urgente para contratação de forma direta.

Em fevereiro de 2013, o Tribunal de Justiça de Goiás reformaria a decisão de primeira instância, absolvendo Iris Rezende da acusação de improbidade administrativa.

O caso voltou à tona em abril de 2020, quando o ministro do Superior Tribunal de Justiça Francisco Falcão deu provimento a recurso do MP-GO para condenar Iris e alguns servidores públicos e empresários pela contratação sem licitação de uma empresa de publicidade em 2007. O prefeito recorreu da decisão.

O retorno à Prefeitura de Goiânia

Dois anos depois, em julho, Iris chegou a escrever uma carta afirmando que não disputaria o cargo de prefeito de Goiânia, mas voltou atrás no mês seguinte, admitindo que seria pré-candidato ao Paço.

Iris venceu as eleições municipais de 2016 e dava início ao seu quarto e último mandato à frente da maior cidade do estado, que termina no próximo dia 31 de dezembro, quando terá 87 anos de idade.

Colaborou a jornalista Cileide Alves