O governo Jair Bolsonaro (sem partido) enviou ao Congresso Nacional uma proposta de salário mínimo de R$ 1.067 em 2021, deixando o mínimo sem aumento real pelo segundo ano seguido.

Em entrevista ao programa Tom Maior da Sagres TV, o administrador e mestre em economia, Luiz Carlos Ongaratto, explica que nesse ano, a população não terá ganhos reais com a projeção do novo salário mínimo.

“Esse valor que vai aumentar dentro do salário mínimo é apenas a correção para inflação acumulada dos últimos 12 meses. Então, a gente vai ter apenas uma correção da perda que nós tivemos em relação a inflação”, afirma o administrador.

A projeção faz parte do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual). Em relação aos atuais R$ 1.045, o aumento é de R$ 22, valor que deve apenas repor a inflação projetada para 2020, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), de 2,09%.

A previsão de valor do salário mínimo em 2021 é R$ 12 menor que a apresentada no PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias). Quando enviou a proposta ao Congresso, em 15 de abril, o governo estimou que o piso salarial em 2021 seria de R$ 1.079, devido à projeção de 3,29% para o INPC à época.

Aumento real acabou no ano passado

De 2007 a 2019, a lei garantia que o salário mínimo tivesse aumento real, acima da inflação, sempre que houvesse crescimento econômico, dentro da política de valorização do salário mínimo das gestões petistas.

“O ganho real seria o nosso ganho a cima da inflação, que aumenta o nosso poder de compra. Para nós trabalhadores, esse não aumento, significa que nós não vamos aumentar o nosso bem estar, nós não vamos poder expandir a nossa qualidade de vida, em relação a consumo, ou polpar mais. Somente será um reajuste do que nós já tínhamos perdido”, ressalta.

Auxílio Emergencial 

Nesta terça-feira (1), Jair Bolsonaro confirmou o valor de R$ 300 das parcelas da prorrogação do auxílio emergencial criado durante a pandemia da Covid-19. As cinco parcelas do auxílio de R$ 600 acabaram em agosto e o governo estendeu o benefício, em valor menor, até dezembro.

Para Luiz Carlos, o benefício é importante para a movimentação da economia e, entende que o Governo Federal não tem sustentabilidade financeira para manter os R$ 600.

“Se entende que o pior já passou, é o que se espera dentro das expectativas do Governo Federal. Se nós pensássemos até o final do ano em mais parcelas de R$ 600, como é um auxílio que está indo para quase metade da população brasileira, o Governo Federal não tem da onde tirar o dinheiro dentro do seu orçamento, por uma questão do teto de gastos”, destaca.

Assista à entrevista na íntegra a seguir no Tom Maior #88