O poço em que o Atlético está descendo está cada vez mais fundo e agora o presidente Adson Batista terá mais uma vez de comprovar toda a sua habilidade. Insatisfeito pela ameaça de sair do time titular, Jorginho não quis viajar para o Rio de Janeiro, para o jogo desta quarta-feira (2) contra o Fluminense.

Quando disse isto ao presidente atleticano, Jorginho disse que quer deixar o Atlético. Foi atendido, quanto a viagem e não houve, de acordo com o que disse o presidente mais nenhuma conversa sobre a saída do atleta em definitivo da instituição. Jorginho tem contrato até final de 2021 e naturalmente o Atlético só vai liberar o jogador se receber a indenização pelos direitos contratuais.

Na tentativa de ganhar tempo para solucionar o problema, o Atlético anunciou que Jorginho não viajou para o Rio em função de testagem alta no exame de CK, que mede o nível de desgaste físico e o estresse muscular. Quando o CK está elevado, o atleta é afastado das atividades para evitar contusões.

Jorginho foi nas redes sociais e desmentiu o Clube, afirmando que a não-convocação foi opção do técnico Vagner Mancini, ou seja, omitiu que pediu para não viajar e que havia conversado com o presidente.

Jorginho cobra na mensagem publicada respeito à sua história no Clube e esta história é mesmo respeitável, mas as falsas verdades que ele publicou abalam a respeitabilidade da sua história no Atlético.

Numa análise fria, o jogador tem razão em ficar chateado por ficar fora de um time que tem como titulares Éverton Felipe, Hyuri, Dudu, isto só para citar alguns. Além do mais, o técnico que está sacando ele do time titular comandou a equipe em seis jogos: ganhou um, empatou um e perdeu quatro, sendo que uma destas derrotas foi para o São José, do Rio Grande do Sul, um time da Série C do futebol brasileiro.

Mancini disputou 18 pontos no comando do Atlético, ganhou quatro e perdeu 14, ou seja, o aproveitamento é de pouco mais de 20% – portanto, pífia. Temos visto um time sem padrão de jogo, sem jogadas ensaiadas e desprovido de esquema tático. Mas por justiça, há de se reconhecer que o calendário com jogos quarta-feira e domingo não dá a nenhum técnico tempo para treinar a equipe.

Se ao chegar Vagner Mancini tivesse aproveitado a forma tática com que a comissão provisória colocou o time para jogar no Campeonato Goiano, impondo aos poucos o esquema que julga necessário, teria preservado pelo menos o padrão de jogo, mas ele não fez isto. Tentou mudar de uma vez e deu no que estamos vendo.

O ideal para o Atlético é a manutenção do Jorginho no Clube, mas sem ficar refém do jogador. Deixando claro que o Clube deve consideração a ele e ele deve a carreira e suas conquistas financeiras ao Atlético, ou seja, a instituição é maior que o atleta.

Se for inadministrável a permanência, o Atlético não pode mesmo abrir mão de um só centavo dos direitos que tem, pois vai ter de contratar um substituto à altura e este vai custar caro.

Equação difícil que coloca em cheque mais uma vez toda capacidade de gestão de crise do presidente Adson Batista.

 


 

O Atlético joga nesta quarta-feira (2) no Rio de Janeiro, diante do Fluminense. O time goiano vem de uma sequência de cinco jogos sem vitórias e quatro derrotas seguidas, uma para o São José do Rio Grande do Sul, válida pela Copa do Brasil. O Atlético perdeu, mas passou de fase por ter vencido o primeiro jogo, por diferença de dois gols e perdeu o segundo por 1×0.

O detalhe deste jogo é que o São José é uma equipe da terceira divisão do futebol brasileiro. Em situação normal, o Fluminense já seria favorito contra o Atlético, mas nesta zica que o Dragão vem enfrentando o favoritismo fica ainda mais evidente.

O volante Marlon Freitas, expulso na derrota contra o Ceará, no último jogo, cumpre a suspensão automática e está fora. Jorginho com o CK, exame laboratorial que verifica o nível de estresse muscular, acima do normal, e quando isto ocorre o atleta não pode passar por esforço de competição pois a musculatura não suportará e a contusão será inevitável, assim o craque do time também está fora.

Em contrapartida o atacante Renato Kayser se recuperou da contusão que o afastou da equipe desde o início do Campeonato Brasileiro da Série A e finalmente vai estrear. Kayser está fazendo muita falta e seu retorno é um consolo para a torcida e para comissão técnica.

Após a derrota em casa por 2×0 para o Ceará, o técnico Vagner Mancini anunciou que mudaria muita coisa na escalação e a expectativa é grande, porque mudanças em times de futebol podem melhorar ou piorar o que já não está bom – depende de quem faz as mudanças e, no decorrer dos jogos, as mudanças do técnico atleticano não têm sido boas. A torcida agora é que elas sejam.

Não há, no futebol, melhor oportunidade para a recuperação do prestígio e da estima própria, do que uma boa apresentação, diante de um adversário qualificado e apontado como favorito.

Se o Atlético conseguir jogar bom futebol, a crise que o time vive será minimizada, mas se isto não ocorrer, ela vai se agravar ainda mais, até porque o Atlético é o lanterna do Brasileirão e mesmo dizendo que o trabalho do técnico é bom e tem a sua confiança, o presidente Adson Batista não vai ter clima para manter Vagner Mancini no cargo.

Sintetizando: no jogo contra o Fluminense, ou o Vagner Mancini sai da crise ou perde o emprego.