Olá leitores, tudo bem? Depois de quatro semanas distantes deste espaço, eu retomo nesta segunda (9) para debater temas ligados a Educação e principalmente a sustentabilidade. Aproveito um dia importante para qualquer transformação social. No Dia Internacional da Alfabetização, celebrado em 8 de setembro, é essencial refletir sobre a interconexão entre a alfabetização e as crescentes desigualdades econômicas e sociais que moldam o cenário global. O mais recente relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) lança um alerta preocupante sobre a estagnação da participação da renda do trabalho e os desafios enfrentados pelos jovens no mercado de trabalho, questões que ameaçam o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030.
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O estudo da OIT revela que, de 2019 a 2022, a participação da renda do trabalho no total da renda global caiu em 0,6 pontos percentuais, e desde então se mantém estagnada. Se essa tendência não tivesse ocorrido, a renda do trabalho poderia ter aumentado em US$ 2,4 trilhões até 2024. A pandemia de COVID-19 exacerbou esse problema, destacando um período crítico em que quase 40% dessa queda ocorreu. As desigualdades se aprofundaram, com a renda do capital concentrando-se cada vez mais nas mãos dos mais ricos, enquanto a renda do trabalho, vital para a maioria das pessoas, declinou.
Neste contexto, a alfabetização se torna um pilar crucial para enfrentar essas desigualdades. A educação e a capacitação são peças chaves para se estruturar um contexto de equidades aos jovens e para garantir que eles possam competir em um ambiente econômico em rápida transformação. Com o avanço da tecnologia e a automação, muitos empregos estão mudando, e a educação se torna ainda mais essencial para garantir que os benefícios da inovação sejam amplamente compartilhados e não apenas restritos a uma pequena elite.
A alfabetização não é apenas sobre aprender a ler e escrever; é também sobre equipar indivíduos com as habilidades necessárias para navegar e prosperar em uma economia global complexa. A falta de acesso a uma educação de qualidade contribui para a alta taxa de jovens fora do mercado de trabalho, da educação e de programas de treinamento, um problema que afeta desproporcionalmente as mulheres e compromete o ODS 8, que busca promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável.
Portanto, no Dia Internacional da Alfabetização, devemos reconhecer a necessidade urgente de políticas que não apenas promovam a alfabetização, mas também abordem as desigualdades econômicas que afetam o acesso à educação e ao treinamento. Precisamos de um compromisso renovado para garantir que todos, especialmente os jovens, tenham acesso a oportunidades de aprendizado e desenvolvimento que os preparem para um futuro econômico justo e sustentável.
A luta por uma educação universal e equitativa é, portanto, inseparável do esforço para reduzir as desigualdades e promover um crescimento econômico inclusivo. Só assim poderemos alcançar os ODS e construir um futuro onde a educação e a renda do trabalho contribuam igualmente para um mundo mais justo e próspero.
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[COP À COP]
– COMBATE À SECA. Após a visita a Goiás e as celebrações da Independência, o presidente Lula viaja para Manaus e desembarca nesta terça-feira (10). O governo federal vai anunciar crédito extraordinário e medidas de combate à estiagem que impactante drasticamente a região amazônica.
– COMBATE ÀS QUEIMADAS. O secretário de Meio Ambiente do Pará, José Mauro de Lima O’ de Almeida, foi exonerado em meio à crise de queimadas no estado. Ele será substituído por Raul Protázio Romão, ex-secretário adjunto da Semas. A exoneração ocorreu no mesmo dia em que o MPF pediu medidas emergenciais para combater os incêndios que afetam comunidades indígenas e tradicionais. O ex-secretário assumirá uma nova função internacional, visando a COP-30, que será realizada em Belém.
– APOIO UCRÂNIA. O projeto UniCities inaugurou quatro centros de inovação em universidades ucranianas para promover a reconstrução sustentável do país. Coordenados pela plataforma UCC Hub, esses centros incentivam a colaboração entre universidades, cidades e especialistas, oferecendo pesquisas em sustentabilidade, transformação ecológica e neutralidade climática. O objetivo é desenvolver políticas públicas e projetos sustentáveis, além de capacitar alunos e professores através de programas educacionais. O programa é financiado pelo Erasmus+ e alinha-se à missão europeia de neutralidade climática até 2030.
ACORDO MARINHA-PARÁ – Em 4 de setembro de 2024, a Marinha do Brasil e o Governo do Pará assinaram um acordo estratégico para melhorar a mobilidade urbana em Belém, com foco nas preparações para a COP 30 em 2025. O projeto inclui a ampliação da Rua da Marinha e a criação de uma nova via de acesso ao Estádio Mangueirão. A área cedida pela Marinha, avaliada em R$ 74 milhões, será usada para essas intervenções. Em contrapartida, o Governo do Pará realizará melhorias nas instalações da Marinha e implantará usinas fotovoltaicas, promovendo sustentabilidade e modernização.