O que é ser goianiense? A formação étnico-racial de Goiânia sob a ótica do Monumento às Três Raças

Goiânia completa 90 anos nesta terça-feira, 24 de outubro. A cidade foi planejada dentro da Marcha para o Oeste, movimento que marcou o deslocamento de milhares de pessoas para o centro do país. Então, no segundo “Goiânia 90 Lugares – Entrevista”, Rubens Salomão levou a historiadora e antropóloga Yordanna Lara para conversar sobre a formação étnico-racial da capital de Goiás e o racismo estrutural sob a ótica do Monumento às Três Raças.

“A gente tem que pensar que imagens também são uma linguagem, e essa também fala muito”, destaca Lara.

O tema do segundo episódio do programa é Racismo. A obra artística da artista plástica Neuza Morais, localizada no centro da Praça Cívica, representa um branco, um negro e um indígena. Na imagem, observa-se que as três estátuas representadas fazem força, porém, aponta Salomão, a estátua do branco estaria fazendo mais força.

“Quando você reconhece que o branco aparenta fazer mais força e que os outros estão só auxiliando a segurar, a gente está falando de uma narrativa histórica. Eu gosto muito de um ditado que diz que ‘enquanto o outro contar a história, ele nunca vai ser mal’, e com a história da cidade e dos lugares das pessoas não é diferente. Então, tem-se uma narrativa eleita, e é a narrativa do colonizador”, aponta a antropóloga.

A imagem aponta para a cidade

O Brasil é um dos países do mundo que passou por um processo de colonização. Por isso, Rubens Salomão destaca a diversidade arquitetônica e urbana que ocorre na construção de uma da cidade. Yordanna Lara aponta para a mesma diversidade  em relação à construção de Goiânia, que desde a construção do Monumento às Três Raças já mostrava uma hierarquia de raças. 

“O Brasil vem de uma história colonial, a imagem não brotou por si só, a gente tem que contextualizar. A gente tem que entender como é que a história do lugar vem propiciando a gente no final das contas ver hoje em 2023 uma imagem dessa no meio da nossa cidade. Então, nós estamos falando de uma história de colonização, nós estamos falando de uma história de hierarquização de vidas diante de um projeto político, social, cultural e econômico”.      

O segundo episódio do “Goiânia 90 Lugares – Entrevista” vai ao ar nesta terça-feira (24), às 17h30, na Sagres TV. O “Goiânia 90 Lugares – Entrevista” faz parte da campanha “Goiânia 90 Lugares” para celebrar os 90 anos da capital do estado. Assim, Rubens Salomão conversa com convidados especiais e em locais importantes da cidade, para mostrar  Goiânia através de cinco aspectos: História, Racismo, Economia, Meio Ambiente e Cultura. As entrevistas vão ar da segunda-feira (23) à sexta-feira (27), sempre às 17h30, na Sagres TV.

Goiânia 90 lugares

Goiânia faz 90 anos em 24 de outubro. Por isso, o Sistema Sagres de Comunicação, com apoio da Prefeitura de Goiânia elaborou um guia de 90 locais a serem conhecidos por você que é goianiense, que mora na capital ou que está de passagem por aqui. Esta é a campanha “Goiânia 90 Lugares”.

A produção inclui 90 reportagens em texto e fotos de lugares marcantes da cidade, 30 vídeos, um mapa e uma página especial. A campanha conta ainda com entrevistas especiais sobre a construção, estrutura e futuro da nossa capital.

As ações têm coordenação de Rubens Salomão, com pesquisa e textos de Samuel Straioto, Arthur Barcelos e Rubens Salomão. Imagens e edição de Lucas Xavier, além das reportagens em vídeo de Ananda Leonel, João Vitor Simões, Rubens Salomão e Wendell Pasquetto. A coordenação do digital é de Gabriel Hamon. Coordenação de projetos é de Laila Melo.

*Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 4 – Educação de qualidade, ODS 10 – Redução das desigualdades e ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis.

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