Praça Boaventura: migrante no coração da Vila Nova

A Praça Boaventura é um dos principais locais da Vila Nova. O local faz uma conexão entre a correria atual da cidade grande e a cara de interior. Homens jogando em tabuleiros de Dama, ou tomando um sorvete na praça, correndo pra ir à missa na igreja, ou comer um pastelzinho no mercado. Enfim, são muitas junções no coração da Vila Nova.

O local está entre os lugares de maior significado para o bairro, por ser um dos primeiros núcleos de povoamento da Vila Nova. O setor foi formado entre as décadas de 1930 e 1950.

Na época, a Praça Boaventura, que na época ainda não era urbanizada, se resumia a um grande campo sem nenhuma benfeitoria.

A Praça não possuía esse nome e nem seu aspecto atual, pois então era apenas descampado de chão batido, um espaço vazio em meio ao cerrado em torno do qual se agrupavam as primeiras casas da região. 

O local foi de reunião aos finais de semana, onde acontecia a feira, no espaço que depois se tornou o mercado do bairro, onde aconteciam os primeiros jogos de futebol, que depois deram origem ao Vila Nova Futebol Clube.

Comícios eram realizados e um circo eventualmente se instalava. A Praça foi palco de uma diversidade de acontecimentos que ocorreram no Bairro.

(Foto: Rubens Salomão)

Mudanças 

A Praça Boaventura começou a mudar a partir de 1958, quando foi construído o Mercado Municipal. O local deveria levar o nome de Sagrado Coração de Jesus, em virtude da igreja católica situada na praça. 

No entanto, recebeu o nome de Boaventura, em virtude de Boaventura Moreira de Andrade, ilustre morador da região, que morreu poucos dias antes da inauguração do local, já no ano de 1965. 

Quem foi Boaventura?

Boaventura Moreira de Andrade foi mais um migrante baiano que aportou na Vila Nova. Ele era um homem simples, pedreiro, e que era muito popular. Se elegeu vereador por 5 mandatos. 

O linguajar simples o tornou um personagem quase folclórico na Vila Nova e em toda Goiânia. Mesmo depois de se tornar vereador, andava de bicicleta para todo canto e foi nela que ele foi atropelado e morreu.

O acidente ocorreu em 1965, quando ele se dirigia a uma farmácia para comprar remédio para um necessitado. O anúncio da morte daquele cujo nome já dizia muito sobre sua pessoa deixou a cidade em luto. 

A notícia foi rapidamente transmitida às autoridades políticas goianienses, que o aguardavam numa solenidade de inauguração de um posto de gasolina em Campinas.

Com pouca instrução, Boaventura foi um autodidata da política. Combativo, bom articulador, sempre defendia suas ideias utilizando argumentos que faziam calar até mesmo o mais brilhante orador.

(Foto: Rubens Salomão)

Goiânia 90 lugares

Goiânia faz 90 anos em 24 de outubro. Por isso, o Sistema Sagres de Comunicação, com apoio da Prefeitura de Goiânia elaborou um guia de 90 locais a serem conhecidos por você que é goianiense, que mora na capital ou que está de passagem por aqui. Esta é a campanha “Goiânia 90 Lugares”.

A produção inclui 90 reportagens em texto e fotos de lugares marcantes da cidade, 30 vídeos, um mapa e uma página especial. A campanha conta ainda com entrevistas especiais sobre a construção, estrutura e futuro da nossa capital.

As ações tem coordenação de Rubens Salomão, com pesquisa e textos de Samuel Straioto, Arthur Barcelos e Rubens Salomão. Imagens e edição de Lucas Xavier, além das reportagens em vídeo de Ananda Leonel, João Vitor Simões, Rubens Salomão e Wendell Pasqueto. A coordenação do digital é de Gabriel Hamon. Coordenação de projetos é de Laila Melo.

*Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis

(Foto: Rubens Salomão)
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