A tragédia ocorrida na cidade de Capitólio, em Minas Gerais, que deixou 10 mortos após um acidente com lanchas em um lago, acendeu o alerta para a questão do ecoturismo também aqui em Goiás. O Governo do Estado anunciou que vai mapear as áreas consideradas em situação crítica e tomar medidas para reduzir a incidência de riscos de acidentes.

Sobre o caso, o presidente da Goiás Turismo e do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur), Fabrício Amaral, se reuniu com o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto. Eles debateram sobre novas medidas serão adotadas para evitar a ocorrência de tragédias durante a prática de ecoturismo.

Em entrevista à Sagres, nesta quarta-feira (12), Fabrício Amaral revelou que em muitos pontos de todo o país não há um protocolo de medidas de segurança a ser seguido na prática do ecoturismo. Ele disse, que um mapeamento dos principais pontos a serem monitorados nos municípios já foi solicitado ao Governo Federal, e que a partir daí novas estratégias serão traçadas.

“Realizamos uma reunião com o Serviço Brasileiro de Geologia solicitando um relatório com todos os municípios mapeados em todo o Brasil que apresentam risco. A partir dele vamos identificar quais são esses locais em Goiás e os destinos turísticos que entendemos que apresentam maior risco. A partir daí vamos criar um grupo de trabalho em nível nacional para aí sim fazer análises e intervenções a curto, médio e longo prazo,” revela.

Geologia

Segundo o presidente, o estudo da Geologia ainda é pouco utilizado e que medidas precisam ser instaladas para que novas tragédias não aconteçam.

“O estudo da Geologia ainda é novo para o setor do turismo, e não envolve só rochas com o caso de Capitólio, mas também cavernas e cachoeiras, por exemplo. De posse dos laudos vamos enxergar a situação completa para recomendar quais os cuidados e as metodologias de segurança serão adotadas,” disse Fabrício.

Chuvas

As constantes chuvas que afetam o estado de Goiás, também são motivo de preocupação para o setor turístico. Casos como os que ocorrem na região Nordeste de Goiás, em cidade como Alto Paraíso e Cavalcante, também atingem a retomada do setor turístico em Goiás.

“O turismo de natureza em Goiás é um dos pilares de sustentação de sustentação da economia. É muito importante identificar os riscos, pois as pessoas vão para as trilhas e mesmo com as chuvas intensas, muita gente ainda busca cachoeiras e todo cuidado é pouco nessa época do ano,” avalia o especialista.

Pandemia

Para 2022, a expectativa da Goiás Turismo é de crescimento da retomada das atividades turísticas. Questionado sobre o aumento nos números no casos de síndromes virais registados desde o fim de 2021, Fabrício Amaral cobra mais consciência de todos para que a retomada do setor turístico aconteça.

“Para 2022 estamos bem otimistas, obviamente que o começo do ano não está sendo legal, precisamos conscientizar e a população como um todo precisa dar as mãos. Precisamos entender que pandemias estão suscetíveis a acontecer e o turismo é muito sensível, sendo o primeiro setor a ser afetado,” analisa Amaral.

Confira a entrevista completa:

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