O Vila Nova foi fundado em 29 de julho de 1943, são 73 anos de muita história e tradição. Possui a segunda maior torcida do Estado, de acordo com pesquisa realizada em 2014, pela Pluri Consultoria. É o único time goiano a conquistar um título nacional invicto, feito realizado no  Campeonato Brasileiro de Futebol de 1996 da Série C, onde realizou 14 partidas, vencendo 11 e empatando três. E o colorado já levantou o caneco do Campeonato Goiano 15 vezes, sendo a última em 2005. No entanto, o torcedor do Tigrão espera a 11 anos comemorar este feito novamente.

Um dos grandes problemas que acompanha esta incrível tradição é o fator administrativo. O clube, sempre conhecido e respeitado pela enorme e apaixonada torcida, nunca viu seu time disputar uma Série A e ficou 37 anos esperando uma vitória em cima do arquirrival Goiás em jogos válidos pelo Campeonato Brasileiro. Tabú que foi quebrado este ano, quando o Vila Nova venceu o Esmeraldino por 2 a 1 no Serra Dourada, no comando de Guilherme Alves, treinador que saiu no fim da temporada dando espaço à Mazzola Júnior.

Entre conquistas e polêmicas, Guilherme Alves conseguiu escrever uma bela história no Vila, e também trouxe a tona problemas internos do clube. Em suas entrevistas coletivas, o ex-treinador colorado nunca escondeu que o grande problema do Vila Nova é a administração. No programa Hora do Esporte, da Rádio 730, o atual diretor de futebol, Felipe Albuquerque, relembrou a passagem do ex-técnico pela equipe e afirmou que tudo o que ele expôs, infelizmente, é a realidade vivida pelo Tigrão a muito tempo.

“Eu penso que o Guilherme (Alves, ex-treinador), ao contrário do que muitas pessoas dizem, deixou um legado no Vila Nova. Ele expôs as nossas feridas, talvez ele tenha errado na forma, mas mostrou que realmente o clube é aberto, é desorganizado, que tem muitas pessoas que não são profissionais aqui dentro. Isso é a realidade do Vila, não adianta esconder do torcedor, não adianta achar que aqui dentro é uma maravilha, que todo mundo está trabalhando de verdade, que todo mundo quer o bem do Vila. É preciso falar a verdade, o torcedor tem que saber a verdade, e o que o Guilherme fez foi isso. Ele mostrou que o Vila Nova é um clube amador, essa é a verdade”, declarou.

Felipe também lamentou a forma como o Tigrão é conhecido no mercado, a falta de credibilidade que o clube possui por conta desses problemas internos que perduram.

“A fama ainda é muito ruim, o Vila Nova paga o preço de ter um passado muito desorganizado, então ainda é um clube sem credibilidade no mercado. O que nós temos buscado é com as renovações. Essa sequência, de alguma forma, ajuda a gente a quebrar essa imagem. O nome do Mazzola nos ajuda também, a maneira como o Ecival conduziu as rescisões no final do ano ajuda a mudar um pouco essa situação. Só que não será do dia para a noite que o Vila será um clube com boa referência no mercado. O Guilherme Alves (ex-treinador) falava muito que um atleta que recebe a mesma proposta de valor do Vila, do Londrina e do Brasil de Pelotas, vai escolher os outros dois clubes em detrimento do Vila, pela fama, pelo número de processos, por não honrar os compromissos. Não se reconstrói uma imagem do dia para a noite”, afirmou.

Sobre a perspectiva para mudar essa fama que o Tigrão tem no mercado da bola, o diretor de futebol colorado disse que isso vai sim acontecer, mas somente com o tempo e muito trabalho.

“É um trabalho de longo prazo, de alguns anos, de mudança de gestão, de mentalidade e isso passa por todas as esferas: departamento de futebol; presidência; Conselho Deliberativo e não será do dia para a noite. O Vila tem muito o que evoluir se quiser se tornar um clube profissional, precisa de profissionais sérios e competentes aqui dentro”, disse.

Ouça na íntegra a entrevista exclusiva com o diretor de futebol colorado:

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Confira abaixo a entrevista completa:

Você recebeu alguma proposta de fora do país?

– Houve uma sondagem. Estou todo dia no mercado, porque converso com muitos empresários, muitas empresas e já fui procurado por um profissional querendo saber se havia o meu interesse de gerenciar clubes fora do país. Nesse momento meu foco está 100% no Vila Nova, tenho contrato de uma temporada e darei o meu melhor pelo clube, mesmo tendo assumido o cargo na metade do campeonato deste ano, penso que o resultado foi muito bom e tentarei buscar resultados ainda melhores no próximo ano.

Você tem responsabilidade para contratar jogador?

– Eu tenho agido dentro do orçamento que o Ecival me passou, vou trabalhar o tempo todo em cima do desse orçamento. Não vou extrapolar em nenhum centavo a partir do que ele me determinou, que seria disponibilizado para o Departamento de Futebol, então, é isso que irei utilizar. O tempo todo eu tenho feito a programação financeira do Campeonato Goiano, Campeonato Brasileiro, do ano de 2018, ainda que eu não esteja aqui, o Vila terá uma continuidade e vai poder contar com um elenco dentro da realidade financeira do clube.

Quanto vai custar o Vila para o Campeonato Goiano?

– O orçamento que o presidente me passou foi de R$ 250 mil, incluindo os jogadores da base. Irei aproveitar 15 atletas.

O Elisson chega somente dia 9 porque disputou a última rodada do Brasileirão?

– Sim, ele vai se apresentar somente dia 9, após assinar toda a documentação. Já conversei com o atleta, ele vem de carro, e como ele jogou a última rodada do Brasileiro, ele precisa completar os 30 dias de férias para a gente não ter problemas com o Sindicato dos Atletas.