A Polícia Civil (PC) apresentou nesta quinta (29) detalhes da investigação que resultou na prisão dos irmãos e policiais federais aposentados, Ovídio e Valdinho Rodrigues Chaveiro, suspeitos de serem os responsáveis pelo atentado contra o advogado Walmir da Cunha, ocorrido no mês de julho no escritório dele, localizado no Setor Oeste em Goiânia.

De acordo com o titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), Valdemir Pereira, o “Branco”, os laudos da perícia indicam que o homem que aparece nas imagens de câmeras de segurança transportando a bomba em um cruzamento no Setor Jardim Guanabara, no mesmo dia do crime, dia 15 de julho, é Ovídio Rodrigues Chaveiro, preso desde terça-feira (27). A bomba foi entregue no escritório de Walmir por um motociclista.

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“Foi apurado por meio de laudo pericial que o Ovídio entregou o artefato explosivo ao motoboy. Foi ele (Ovídio) que conduziu aquela bomba, entregou para o motoboy que levou até o escritório. A polícia colheu imagens deste indivíduo no Jardim Guanabara e depois comparou com imagens do Ovídio e então concluímos que aquele senhor que transportou a bomba é o Ovídio. Quanto ao Valdinho, ele foi o autor da ameaça; ele tinha interesse na morte do advogado”, afirma.

A conclusão de que Ovídio é o suspeito que aparece no vídeo resultou de trabalho conjunto da PC com a Polícia Técnico-Científica. A superintendente Rejane Barcelos destaca como a perícia concluiu que Ovídio é o senhor que aparece no vídeo feito no cruzamento das Avenidas Vera Cruz e Contorno, no dia 15 de julho.

“O delegado nos trouxe 15 vídeos, que eram as amostras questionadas. Estas foram comparadas com as amostras padrão que são do Ovídio. A equipe de médicos antropologistas e odontologistas legais e engenheiros retornaram aos locais onde estes vídeos foram registrados, colocaram uma base de referência para verificar peso, idade, sexo. Inclusive, a gente concluiu com compatibilidades genéricas e algumas específicas como sendo a do Ovídio”, esclarece.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Lúcio Flávio, ressalta a preocupação da categoria quanto ao número de ataques sofridos pelos profissionais.

“Existe cada vez mais uma mistura da figura do cliente com a figura do advogado. O advogado simplesmente é aquele que vai a juízo para postular o direito de outro. A partir do momento em que isso tem acontecido, nós temos nos esforçado para cada vez mais garantir a segurança dos advogados”, ressalta.

De acordo com o delegado Valdemir Pereira, o inquérito da investigação deve ficar pronto no prazo de 15 dias. “Polícia Civil ouvirá outras cinco pessoas. Cabe salientar que hoje uma outra testemunha compareceu à delegacia e reconheceu o Ovídio como sendo aquele que entregou o artefato explosivo, além de outros três motoboys que também o reconheceram”, afirma.

Com informações do repórter Jerônimo Junio