O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da Organização das Nações Unidas (ONU) informou que precisa de US$ 47,4 bilhões para assistência humanitária global no próximo ano. A informação está na solicitação oficial da entidade lançada nesta quarta-feira (4) no documento Visão Geral Humanitária Global para 2025.
De acordo com a ONU, 305,1 milhões de pessoas precisam de assistência no mundo. Mas o valor solicitado é para atender somente mais da metade das que estão necessitadas, um total de 189,5 milhões de pessoas de 32 países e nove regiões que acolhem refugiados.
Crianças, mulheres, pobres e pessoas com deficiência são os mais vulneráveis, afirmou o subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Tom Fletcher. No entanto, segundo ele, ainda é preciso vencer o “o desrespeito ao direito internacional” e a “obstrução da ação humanitária” para que a ajuda chegue aos necessitados. “Precisamos redefinir a relação do mundo com as pessoas mais necessitadas”, disse.
“Precisamos de um novo nível de solidariedade internacional para financiar plenamente estes apelos e de uma ação política ousada para defender o direito internacional. A comunidade humanitária está pronta para dar resposta – ao sobrevivente cansado da guerra, à família deslocada, à criança faminta. Devemos defender e vencer novamente a discussão a favor da humanidade”, acrescentou.
Ajuda humanitária
Moçambique tem 2,5 milhões de pessoas em necessidade de ajuda e um quinto das crianças do Sudão está vivendo em zona de conflito. A ONU estima que há 123 milhões deslocados no mundo por causa de conflitos que estão ocorrendo em locais como Síria, Gaza e Ucrânia.
Este ano, a entidade já levou ajuda humanitária para cerca de 116 milhões de pessoas por meio de alimentos, abrigo, cuidados de saúde, educação e serviços de proteção. Mas o financiamento insuficiente está preocupando a ONU. Para 2024, a ONU solicitou US$ 50 bilhões, porém, apenas 43% do apelo havia sido atendido até o mês de novembro.
O subfinanciamento gerou o aumento da fome no Chade e cortes de serviços de proteção ao Mianmar. Além disso, reduziu a entrega de água e apoio no saneamento para o Iêmen e diminuiu em 80% a assistência alimentar na Síria.
Os conflitos em curso também transformaram 2024 no ano com o maior número de mortes de trabalhadores humanitários desde 1997, ultrapassando os 280 voluntários que morreram no ano passado. Isso porque no dia 22 de novembro o banco de dados Aid Worker Security divulgou que, até aquele dia, já tinha o registro de 281 trabalhadores humanitários mortos neste ano.
*Com ONU News e Unric
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 16 – Paz, justiça e instituições eficazes e o ODS 17 – Parcerias e meios de implementação.
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